São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995
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Para Fiesp, medida pode comprometer plano

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

A possibilidade da introdução de um redutor para o reajuste de salários depois da extinção do IPC-r em julho pode ser fatal para a estabilidade da economia e futuro do Plano Real.
A avaliação é de Boris Tabacof, diretor do Departamento de Economia da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
"A idéia de um redutor é ruim porque significa indexação, e qualquer coisa que cheire a indexação pode inviabilizar o Plano Real", disse.
Tabacof e a própria a Fiesp defendem a livre negociação. "Em uma economia aberta, competitiva, estável, onde não há congelamento de preços a palavra-chave é negociação."
Tabacof disse que a questão é "política", devendo ser amplamente debatida pela sociedade antes de uma definição. "É preciso encontrar fórmulas inteligentes, mas nunca a indexação", afirmou.
Mario Bernardini, membro do GPPI (Grupo Permanente de Política Industrial), da Fiesp, disse que o ministro Pedro Malan está "comprando uma briga" ao declarar sua intenção de pôr fim à garantia da reposição salarial.
Para Bernardini, quanto menos o governo se meter na questão salarial é melhor.
Bernardini disse que, pessoalmente, é favorável à livre negociação salarial entre empregadores e empregados. Ele disse que a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas, da qual é diretor, é a favor da livre negociação.
Bernardini qualificou de "ruim" a iniciativa de algumas empresas de ressuscitar o "gatilho" salarial.
Aldo Lorenzetti, do grupo Lorenzetti, uma das empresas que fez acordo com seus empregados, estabelecendo um aumento nos salários sempre que a inflação acumulada atingir 7%, defendeu a volta do "gatilho". Disse que, com o mecanismo, pretende se defender de negociações "tumultuadas".

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