São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 1995
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EUA afirmam que o contrato será honrado

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O secretário do Comércio dos EUA, Ronald Brown, disse ontem não ter dúvidas de que o contrato entre o Brasil e a Raytheon para a construção do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) vai ser honrado.
"Não há qualquer evidência de que as alegações dos perdedores tenham qualquer fundamento. Eu não tenho conecimento de qualquer nervosismo do governo brasileiro sobre o assunto", disse.
Para ele, as denúncias de irregularidades no contrato da Raytheon são conversa de mau perdedor: "Alguns dos adversários comerciais dos EUA já estão cansados de perder".
Brown, 53, está viajando hoje para Brasília, Buenos Aires e Santiago. Na entrevista que deu ontem em Washington a jornalistas latino-americanos, afirmou que o Sivam não faz parte de sua agenda de sete horas no Brasil.
"O governo brasileiro já deixou inequivocamente claro que o contrato com a Raytheon vai seguir conforme o planejado e o governo dos EUA não dispõe de qualquer evidência que justifique investigação sobre o negócio".
A chegada de Brown a Brasília está prevista para 10h de amanhã. Ele vai ter audiências com o presidente Fernando Henrique Cardoso, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia, e o ministro do Planejamento, José Serra. Segue às 17h30 para Buenos Aires.
O principal compromissso de Brown em Brasília é a inauguração do Conselho Brasil-EUA de Desenvolvimento Empresarial, presidido pelo secretário do Comércio dos EUA e pelo chanceler do Brasil.
O objetivo do Conselho será ampliar as relações comerciais entre os dois países. No ano passado, o Brasil exportou U$ 8,7 bilhões aos EUA e importou U$ 8,1 bilhões desse país.
Na sua mais recente visita ao Brasil, em julho de 1994, Brown ajudou a promover o contrato entre Raytheon e Brasil para a construção do Sivam.
Desta vez, diz Brown, sua agenda no Brasil é curta porque o presidente Fernando Henrique Cardoso estará em Washington em abril, quando haverá chance de contatos mais extensivos entre integrantes dos dois governos.
"É difícil ir à América do Sul e não parar no Brasil", disse Brown. Ele afirmou que vai tentar obter contratos no valor de US$ 15 bilhões para empresas norte-americanos durante a viagem.

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