São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 1995 |
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Medo espanta passageiros do metrô
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O medo de um novo ataque com gás venenoso espantou 30% dos passageiros do metrô de Tóquio.Ontem foi feriado na capital japonesa e poucas pessoas usaram o metrô. Mesmo assim, foram transportados 30% menos passageiros do que a média dos feriados. "É realmente assustador", disse a garçonete Nobue Matsumoto, 25. "Eu vou usar outras linhas". A segurança também foi reforçada no metrô da cidade. O ataque da manhã de anteontem, contra 16 estações das linhas Marunouchi, Chiyoda e Hibiya, matou 8 pessoas e intoxicou mais de 5.000. A polícia japonesa deve interrogar um suspeito atualmente hospitalizado por causa do gás. Policiais vigiam-no o tempo todo. Segundo a emissora TBS, testemunhas viram o homem de cerca de 30 anos chutar um recipiente envolvido em papel de jornal de dentro de um vagão para a plataforma da estação Kodenmacho. Logo depois, ele ignorou as perguntas de passageiros sobre o que estava fazendo. O suspeito tentou deixar a plataforma, mas desmaiou por causa do gás. Cerca de 30 pessoas teriam visto homens deixar pacotes no metrô da capital japonesa, informou a polícia, que destacou 300 detetives para as investigações. Médicos identificaram o gás como sarin, desenvolvido na Alemanha pouco antes da Segunda Guerra Mundial. Uma neurotoxina, o sarin pode provocar paradas respiratória e cardíaca. Nenhum grupo aasumiu a responsabilidade pelo ataque, mas criminologistas suspeitam de algum grupo organizado com conhecimento científico. A seita Aum Shinrikyo (Ensinamento da Verdade) voltou a negar participação no atentado. O grupo acusou o governo de ter planejado o ataque como pretexto para reprimir a seita. O reforço na segurança dos metrôs se repetiu em várias partes do mundo. Em Seul (Coréia do Sul), a administração do metrô passou a pedir aos passageiros que denunciem grupos suspeitos. Em Washington, o deputado Glen Browder disse que é apenas "uma questão de tempo" para os Estados Unidos sofrerem um atque semelhante ao de Tóquio. Especialista em guerra química, ele disse que um estudo de 1993 aponta a possibilidade do uso de produtos químicos e biológicos em ataques terroristas. "Os EUA devem fortalecer o planejamento para responder a um potencial uso terrorista de armas químicas e biológicas." Texto Anterior: Tecnoterror é a mais nova ameaça, diz escritor Próximo Texto: Policiais suspeitam de seita Índice |
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