São Paulo, domingo, 26 de março de 1995
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Japão encontra prova que incrimina seita

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A polícia japonesa encontrou ontem provas que ligam a seita Aum Shinrikyo (Ensinamento da Verdade) ao ataque com gás venenoso sarin que matou dez pessoas no metrô de Tóquio..
Segundo a agência "Kyodo", a polícia comparou resíduos químicos encontrados em um complexo da seita ao material achado no local do atentado.
Peritos concluíram que os produtos têm as mesmas características e que o gás sarin usado no metrô foi produzido pela seita.
A polícia comparou as duas amostras a uma terceira, de outro incidente com gás sarin em julho passado, através de uma técnica chamada cromatografia. O gás usado no ataque em julho também teria vindo da seita.
A polícia intensificou a operação para capturar Shoko Asahara, líder da seita. Foram apreendidos mais 200 tambores de produtos químicos no quarto dia de buscas.
Em nova mensagem por vídeo, Asahara voltou a negar o envolvimento no atentado e acusou tropas dos Estados Unidos no Japão de borrifar gases nele e em seus adeptos.
"Fomos atingidos por gases venenosos", diz Asahara no vídeo. "Eles foram borrifados por soldados dos EUA." A Embaixada dos EUA disse que a declaração não era digna de comentário.
Cerca de 400 policiais com roupas protetoras invadiram o complexo da seita em Kamiku Isshiki, a 100 km de Tóquio.
A polícia não ligou as buscas oficialmente ao atentado nem emitiu mandado de prisão. Ela diz querer perguntar a Asahara por que os produtos químicos foram encontrados em poder da seita.
Eles apreenderam barris com um composto de fósforo identificado como ingrediente chave para a fabricação do sarin e outros produtos usados para fazer dinamite.
Segundo a seita, que tem cerca de 10 mil membros, os produtos eram usados na fabricação de cerâmicas. Mas a polícia não encontrou nenhum vaso.

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