São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 1995
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Rodada resgata Válber, Amoroso e Luisão

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Mais do que manter a dignidade no campeonato, mesmo jogando com um time misto, a vitória do Palmeiras sobre o Juventus serviu para resgatar o futebol de um craque: Válber, o melhor dos nossos armadores, que andava em baixa, sobretudo por ter perdido o caminho do gol, ontem fez os três do seu time.
Mas, falando em gols e resgates, a goleada do Guarani sobre o União selou o reencontro da dupla Amoroso-Luisão, recolocando o bugre no caminho da disputa do título, quando a hora chegar.

O Corinthians viveu neste sábado uma experiência singular. Não só pelo resultado adverso, 2 a 2, contra o Bragantino, em casa, empate, aliás, conseguido através de duas falhas do árbitro —a marcação de um pênalti sobre Fabinho que não aconteceu e a consequente validação da cobrança com a proibida paradinha por parte de Marcelinho. Mas, sobretudo, pela sucessão de contradições na armação da equipe pelo técnico Eduardo.
A nova proposta é um Corinthians mais ofensivo do que o de Mário Sérgio. Contudo, o Corinthians entrou em campo com três médios típicos, três combatentes eméritos —Ezequiel, Bernardo e Zé Elias. Isso sugeria, então, um Corinthians superprotegido, mas logo de cara quem marcou foi o Bragantino.
Por outro lado, a presença de três atacantes, três goleadores (Marcelinho, Marques e Viola) insinuava uma linha arrasadora. Porém, como a bola chegaria a eles, se no meio-campo faltava alguém como Souza, o armador da equipe? Viola ou Marcelinho deveriam cumprir tal papel. Acontece que Marcelinho parece encantado com a idéia de que, como atacante, voltou às graças da torcida. Portanto, prefere ficar por lá. E Viola, bem, Viola, sei lá por que, voltou a não se entender bem com a bola e com o sistema.
Resultado: fez-se um vazio no meio-campo e na alma da Fiel. E o empate caiu do céu, invocado pelo apito desafinado do juiz.

Já o tricolor, lá em Rio Preto, meteu 2 a 0 no América, com gols dos moleques Caio e Denílson. Mas, cá entre nós, ainda está muito longe de empolgar com seu futebol instável, apesar de burocrático.
Sente-se, por exemplo, que o menino Denílson, já entronizado como titular, em vez de impor seu jogo irreverente, acanhou-se. Não arrisca a jogada individual que lhe valeu tantos encômios, preferindo submeter-se, por medo ou instrução, ao toque de bola lateral ou regressivo que virou a marca registrada desse time.
Prefiro crer que seja apenas uma fase do time que começa a recuperar a autoconfiança perdida com as consecutivas derrotas nos clássicos.
Como bom mineiro, Telê sabe que, na muda, passarinho não canta.

Pelo visto, a temporada da F-1 será um longo e tedioso passeio de Schumacher pelo mundo. A não ser que a FIA resolva tomar-lhe alguns pontos para apimentar a disputa, como ocorreu no ano passado.

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