São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 1995
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A noite do Oscar e a tarde do Oscar

Juiz não tomou vergonha na cara
MARCELO FROMER e NANDO REIS

MARCELO FROMER; NANDO REIS
ESPECIAL PARA A FOLHA

O que faz a FPF, além de gerenciar mal e porcamente o nosso futebol, que nem ao menos se pronunciou clara e objetivamente frente às atrocidades ocorridas no clássico São Paulo x Corinthians, regido sob a estranha batuta de Oscar?
E aquele assalto ao carro condutor do mijo do árbitro em questão? Quem acredita que aquilo foi obra do acaso que levante a mão ou se cale.
Alguma coisa aquele senhor ingeriu, pode ter sido até mesmo água com excesso de cloro, mas o que ele e nenhum responsável tomaram com certeza foi vergonha na cara.
A prova de que algo muito sinistro ocorreu durante o prélio paulista fica evidenciada quando ouvimos declarações coincidentes de arquiinimigos afirmando que o sujeito estava completamente fora de si. De Zetti e Viola, todos foram taxativos em afirmar que o Oscar naquela tarde não era o Oscar de outras tardes.
Se realmente o juiz não tomou nada, é melhor que tivesse tomado e, como sugestão, talvez pudesse ter tomado um calmante, pois é inadmissível que alguém trajando uma camisa amarela com a insígnia da Fifa saia ofendendo a Deus e todo mundo sem mais nem porquê.
O fato de o juiz beber ou não é problema dele, mas se quisessem mesmo saber se ele mamou ou não na ocasião, poderiam ter feito o mesmo que fazem com os motoristas assassinos que insistem em dirigir bêbados: bafômetros.
Mas não é privilégio do Oscar estar em voga, ser notícia. Dirigentes, juízes, bandeirinhas parecem ter montado time que pretende desafiar, além das regras e o bom senso, jogadores, técnicos e amantes do futebol.
Mas quando o assunto é ainda bebida, tudo ok. Mas parece que nossos representantes no Pan em Mar Del Plata chagaram a perder mais de três quilos na desastrosa passagem que tiveram em terras argentinas. Uma vergonha arquitetada por dirigentes incapazes, que se por um acaso estiveram no Pan devem ter se deliciado com a suculenta carne portenha.

Mais uma da série de idéia estúpidas para mudanças de regras no futebol
"Que tal extinguir os noventa, cento e vinte minutos e reduzir o futebol aos pênaltis." (Mauro Sampaio, Teresina, PI)

Cartas podem ser enviadas para a Editoria de Esporte, al. Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01290-900)
Marcelo Fromer e Nando Reis são músicos e integrantes da banda Titã

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