São Paulo, terça-feira, 28 de março de 1995
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Crescem exportações de cortes de aves

DA REPORTAGEM LOCAL

Os cortes estão aumentando sua participação nas exportações brasileiras de carne de frango.
No ano passado, os cortes representaram 43% das 481 mil toneladas exportadas.
Percentual superior à fatia de 34% registrada em 93, segundo Claudio Martins, diretor-executivo da Abef (Associação Brasileira dos Exportadores de Frango).
Martins prevê que este ano os cortes ampliem sua participação para até 47% das vendas.
"Os mercados do Japão e da Europa estão ficando cada vez mais exigentes. É crescente a preferência do consumidor pelos cortes, em vez do frango inteiro", diz o diretor da Abef.
Nos próximos cinco anos, segundo Martins, os cortes devem tomar a dianteira nas exportações brasileiras.
A Ceval, por exemplo, deve consolidar este ano o seu novo mix de exportação de carne de aves, com prioridade para as vendas de cortes.
A empresa detém 10% das exportações brasileiras.
O frango inteiro vai somar 11 mil toneladas, 22% do total.
A estratégia da Ceval de ampliar suas exportações de cortes, a fim de elevar o valor de suas vendas, tornou-se mais agressiva no segundo semestre de 94, por causa da desvalorização do dólar.
Bem sucedida em seu objetivo, 54% de suas exportações totais de 59 mil toneladas de aves seguiram na forma de cortes.
Em 93, os cortes representaram 35% do total de 54 mil toneladas exportadas.
A indústria nacional exporta cerca de 60 cortes de frango para o Japão.
Murilo Guimarães, diretor da área internacional da Sadia, diz que a empresa também tem elevado a fatia dos cortes em suas exportações de ave, mas não revela números.
Segundo Guimarães, as empresas do Japão enviam periodicamente ao Brasil técnicos para orientar a elaboração dos cortes de acordo com o gosto do consumidor japonês.
No exterior, o preço do corte é superior em uma vez e meia à cotação do frango inteiro.
A Arábia Saudita continua sendo a maior compradora de frangos inteiros do Brasil.
Em 94, os sauditas importaram 60% do total das exportações de aves inteiras brasileiras.

Segundo no ranking
No ano passado o Brasil ultrapassou pela primeira vez a França e ganhou o segundo lugar no ranking dos maiores exportadores mundiais de frango. Só ficou atrás dos Estados Unidos.
Recorde histórico, as vendas cresceram 11,1% e 25%, respectivamente, em relação ao desempenho verificado em 93.
A defasagem do dólar frente ao real não prejudicou as exportações do produto, segundo Martins, porque ela se aprofundou apenas no último bimestre.
"A maior parte dos contratos de venda foram fechados antes do Plano Real", explica Martins.
Para este ano, o diretor da Abef estima que as exportações de frango cresçam 5% em volume e 8% em faturamento.

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