São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 1995
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PM usa a "tática da fome"

DA FOLHA VALE

A Polícia Militar tenta vencer os 700 presos rebelados no Presídio 1 de Tremembé (135 km a nordeste de São Paulo) através do cansaço e da fome.
O juiz-corregedor dos Presídios do Estado, Ivo de Almeida, determinou que fosse cortado o fornecimento de alimentos para os presos e seus 37 reféns, entre eles, cinco crianças.
O comandante regional da Polícia Militar, Gilberto de Carvalho, afirmou que tentaria acabar com a rebelião sem usar a violência, vencendo os presos pelo esgotamento físico.
As linhas telefônicas do Presídio 1 também foram cortadas. A direção da penitenciária informou que não haverá corte no abastecimento de água e de energia elétrica.
Segundo o comandante regional da PM, as negociações estavam "adiantadas" até ontem à tarde.
Carvalho disse que, por isso, a PM não tinha intenção de intervir no assunto invadindo o presídio.
Cerco
No local, cerca de 70 policiais militares e seis atiradores de elite do Gate (Grupo de Ações Táticas e Especiais) vigiam os presos rebelados das passarelas nas muralhas.
Os policiais estão armados com metralhadoras, bombas de "efeito moral" (gás lacrimogênio) e contam com o auxílio de cães farejadores.
O policiamento do presídio também teve reforço de dois helicópteros do Gate, o Águia 6 e o Águia 7, que sobrevoaram a área por cerca de uma hora ontem.
O comandante da Polícia Militar em Taubaté, major Paulo César Máximo, que coordena a operação da PM no presídio, afirmou que o Gate foi acionado apenas por uma "questão de ordem e pressão psicológica".
Ele também descartou a possibilidade de haver uma invasão no presídio. Na opinião de Máximo, não será necessário pedir ajuda à tropa de choque e cavalaria para conter a rebelião.

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