São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 1995
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Médicos residentes fazem protesto em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Os médicos residentes do Estado de São Paulo fizeram ontem uma paralisação de 24 horas, em protesto contra a ameaça de descredenciamento da residência médica no Estado. Ontem à tarde, cerca de 300 residentes saíram em passeata do Masp, na avenida Paulista (região central) até a sede da Secretaria Estadual da Saúde, em Pinheiros (zona oeste).
Em novembro do ano passado, o Conselho Nacional de Residência Médica (CNRM) estabeleceu um valor mínimo para a bolsa-residência. O conselho ameaça descredenciar as residências médicas no Estado se este valor não estiver sendo pago até o dia 5 de maio.
Hoje, os residentes paulistas recebem cerca de R$ 750,00 por 60 horas semanais. De acordo com o CNRM, eles deveriam estar ganhando cerca de R$ 1.100,00.
O governo do Estado, responsável pelo pagamento, alega que não tem dinheiro e não pode aumentar a bolsa. Na terça-feira, o secretário da Saúde, José da Silva Guedes, propôs que o CNRM aceitasse o valor pago pelo Estado. Para os estudantes, a proposta é inaceitável. "Não é justo que os residentes de São Paulo recebam menos que os dos outros Estados", disse Idalice Coelho, 26, presidente da Associação dos Médicos Residentes do Hospital das Clínicas.
Existem no Estado cerca de 4.000 médicos residentes. Eles ameaçam entrar em greve por tempo indeterminado se a situação não se resolver até o dia 20 de abril.
O secretário da Saúde se reuniu ontem à tarde com uma comissão de cerca de 15 residentes e se comprometeu a apresentar uma nova proposta até o dia 18.
O superintendente do HC, Alberto Kanamura, afirmou que o atendimento no hospital não foi afetado pela paralisação. O HC tem 800 médicos residentes e 1.200 médicos contratados.

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