São Paulo, segunda-feira, 3 de abril de 1995 |
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FHC anuncia criação de 'Banco do Povo'
ANDRÉ MUGGIATI
Para administrar esses empréstimos, seria criado um novo banco, que o presidente chamou de "Banco do Povo". Segundo FHC, a proposta surgiu durante o café da manhã com ONGs (Organizações Não-Governamentais) no sábado. O presidente disse ter solicitado, durante o dia, estudos preliminares que teriam mostrado a viabilidade da criação do banco. O sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, líder do movimento de Ação Contra a Miséria e Pela Vida, foi o primeiro defensor no Brasil da criação de um banco que atendesse prioritariamente à população de baixa renda. Betinho tem essa proposta desde o lançamento da campanha contra a fome há três anos. Fernando Henrique afirmou que o "Banco do Povo" favorecerá tanto às comunidades extrativistas da Amazônia -"proprietárias de terras imemoriais"-, como a beneficiários de programas de reforma agrária -"que ganham a terra, mas não podem financiar a produção". Não se referiu ao atendimento de populações pobres de outras áreas. No sábado à noite, o porta-voz da Presidência, Sérgio Amaral, disse que os financiamentos poderiam ser feitos através do BNDES ou do Banco Central, "com taxas de juros baixíssimas". O dinheiro poderá vir dos fundos constitucionais, segundo o porta-voz. Desembarque Fernando Henrique Cardoso desembarcou às 17h45 na Base Aérea de Brasília. Acompanhado por três carros com seguranças, seguiu imediatamente para o Palácio da Alvorada, onde foi saudado por um pequeno número de turistas que se encontrava em frente à residência presidencial. A Folha tentou contatar ontem assessores do presidente para conseguir informações mais detalhadas sobre o projeto, mas nenhum deles foi localizado até as 19h30. Acordos A viagem de FHC à região norte do país teve o objetivo principal de colocar em evidência os acordos feitos com os sete países mais ricos do mundo, o chamado G-7, para investimentos na Amazônia. Os planos do G-7 prevêem o investimento de US$ 20 bilhões em 12 programas de preservação do meio ambiente na Amazônia, dos quais US$ 1,6 bilhão já foi liberado. Sete acordos já estão fechados com o governo brasileiro. Cinco deles foram anunciados durante a visita de FHC a Manaus. São programas nas áreas de desenvolvimento científico e tecnológico e para delimitação de reservas extrativistas e indígenas. Além disso, foram anunciados investimentos de US$ 5 bilhões na Amazônia com recursos do governo federal. Texto Anterior: Líder prevê superávit este mês Próximo Texto: Governador apóia reforma Índice |
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