São Paulo, segunda-feira, 3 de abril de 1995
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Marcelinho bate Palmeiras e Corinthians agora é líder

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

No dia do aniversário de Edmundo, camisa 7 do Palmeiras, quem brilhou foi o camisa 7 do Corinthians, Marcelinho. O atacante fez os dois gols da vitória do seu time, de virada.
O placar de 2 a 1 pôs o Corinthians na liderança do Campeonato Paulista - ao lado da Portuguesa - e encerrou uma série de quatro jogos sem vitórias - três derrotas e um empate - contra o adversário.
Após a 13ª rodada, São Paulo (com um jogo a menos) e Santos dividem o terceiro lugar, com 23 pontos. O Santos venceu ontem o Araçatuba por 3 a 1.
No Pacaembu, o palmeirense Edmundo tentou uma atuação diferente no dia em que completou 24 anos. Não procurou briga e quando foi provocado, não revidou.
No primeiro clássico após o episódio da agressão a um cinegrafista no Equador, Edmundo tentou mostrar que está mudando.
Foi marcado por Henrique e Daniel, mas não reclamou, nem procurou briga, só jogar bola. É verdade que sofreu só uma falta.
O lance mais claro da sua "polidez" aconteceu aos 18min. Edmundo, vendo que o goleiro Ronaldo iria deixar a bola sair, empurrou-o ao chão.
Ronaldo se levantou rápido, encarou-o, provocou-o, mas o palmeirense deu-lhe as costas.
O aniversário até que começou bem para Edmundo. Aos 3min, o Palmeiras foi beneficiado por um erro do juiz argentino Francisco Lamolina, que não marcou um pênalti do goleiro Velloso no meio-campo André Santos.
O Corinthians era melhor, mas não conseguia ameaçar o gol. Na melhor chance, Fabinho levou um pisão do zagueiro Cléber no calcanhar e não dominou direito um passe de Marques.
O domínio corintiano se devia à marcação mais forte. O técnico Valdir Espinosa corrigiu o defeito do Palmeiras e equilibrou as ações.
Aos poucos, o Corinthians começou a ceder espaço e a mostrar buracos na defesa, no lado direito. O lateral Vítor não marcava nem apoiava. Ezequiel não conseguia acompanhar Rivaldo.
A primeira grande chance do jogo foi de Edmundo, aos 38min. Ele tabelou com Rivaldo, deixou Henrique para trás e chutou. A bola bateu no travessão e no chão, a centímetros da linha de gol.
O ataque seguinte foi o gol do Palmeiras. Roberto Carlos, marcado por Célio Silva, chutou cruzado. Ronaldo pulou atrasado e a bola bateu na trave e entrou.
No intervalo, o técnico Eduardo fez a troca que inventara contra o São Paulo. Pôs Tupãzinho (tirou Vítor) e mandou o time ao ataque.
O Palmeiras aceitou o jogo e passou a jogar no contra-ataque, com alguma vantagem, porque vários corintianos estavam nervosos.
Aos 16min, o zagueiro Célio Silva foi expulso por uma falta violenta em Flávio Conceição. A expulsão, em vez de enervar mais, deu força ao Corinthians.
O jogo começou a mudar num chute de Marcelinho. Numa falta a cerca de 30 m do gol, ele mandou a bola no ângulo e empatou o jogo. O gol fez o Palmeiras sumir.
A sorte do Palmeiras, foi selada quando Antônio Carlos, o melhor da defesa, cortou um contra-ataque com a mão. Como já tinha levado cartão amarelo, recebeu o vermelho. Nem tentou reclamar.
Com isso, a defesa do Palmeiras dissolveu-se. O Corinthians poderia ter marcado aos 39min -Velloso rebateu uma chute de Marcelinho-, mas Tupãzinho falhou.
O sonho de Edmundo de um aniversário feliz sumiu no último minuto. Os palmeirenses Índio e Cléber fallharam jjuntos numa bola. Ela sobrou para Tupãzinho, que abriu as pernas e tirou do Palmeiras o sonho de ser líder hoje.
Marcelinho, sozinho, chutou para o gol indefeso.

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