São Paulo, segunda-feira, 3 de abril de 1995
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Modelo teve 'felicidade falsa'

DA REPORTAGEM LOCAL

Os consumidores de ácido e os de ecstasy são bem diferentes, e não é só pelo dinheiro disponível para gastar comprando a droga.
Os adeptos do ácido procuram as "viagens" e os efeitos lisérgicos do LSD. Os consumidores de ecstasy querem "se sentir bem" e passar a noite dançando.
"Tomei ecstasy quatro vezes. Era uma coisa de aproveitar a noite e querer ficar alegre", diz a modelo L., 20.
Ela tomou a droga pela última vez em janeiro e diz que parou de vez. "Faz muito mal. E além disso é uma felicidade falsa."
O estudante P. também fala desta sensação de felicidade. "Você fica muito emotivo e tem vontade de abraçar os amigos", conta. Ele acha que o principal problema da droga é que a sensação que ela proporciona é muito boa. "'Dá vontade de tomar muito", diz.
O músico D., 22, prefere o ácido. Ele conta que já tomou a droga "umas 20 vezes". Ele cultua o guru da LSD Timothy Leary e ouve sons psicodélicos, como The Doors e Jimy Hendrix. "Eu tomo o ácido como uma forma de ampliar a minha percepção", diz.
A quantidade de anfetamina nos ácidos tem desagradado aos que procuram "viagens". "Estes ácidos que estão sendo vendidos atualmente estão muito ruins. Hoje, para o autoconhecimento, é melhor o chá de cogumelo", diz o estudante R., 21.
Ele já tomou ecstasy uma vez e gostou. É melhor que a anfetamina, mas ainda prefiro o LSD", diz.
M., 21, tomou seu primeiro ácido em janeiro e quer continuar a usar droga. "A vida vira desenho animado. É muito legal", diz.
Ela não usa nenhuma outra droga e diz que seu único interesse é com substâncias que alterem a percepção. "Tipo chá de cogumelo", diz.

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