São Paulo, segunda-feira, 3 de abril de 1995
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Bomba mata 8 palestinos em Gaza

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Pelo menos oito palestinos morreram ontem na explosão de uma bomba em um apartamento em Gaza. Segundo a polícia, integrantes do radical Movimento de Resistência Islâmico Hamas estavam fabricando bombas.
Porta-voz do Hamas negou que o grupo estivesse trabalhando com explosivos. Segundo ele, a organização foi alvo de atentado .
Entre os mortos está Kamal Kheil, 28, um dos líderes do Qassam, o braço armado do Hamas.
Uma testemunha disse ter recolhido a cabeça de Kheil, procurado pelo governo de Israel e pela Autoridade Palestina.
O Hamas se opõe ao acordo de paz entre Organização pela Libertação da Palestina (OLP) e Israel.
Uma menina de 3 anos morreu na explosão. Outras 30 pessoas ficaram feridas. Foram encontradas partes dos corpos a 300 metros de distância do apartamento. O prédio foi parcialmente destruído.
Entre os destroços, os policiais encontraram um pó tóxico (utilizado na fabricação de bombas), restos de explosivos, coletes à prova de balas, armas automáticas e granadas. As proximidades do prédio foram evacuadas.
O Hamas é apontado como responsável por uma série de atentados suicidas contra alvos israelenses, entre eles um ataque que deixou 22 mortos em Tel Aviv (Israel) em outubro passado.

Prisão
Frei Abu Medein, responsável pela pasta da Justiça da Autoridade Palestina, informou que seu governo deteve agentes secretos palestinos acusados de matar, no sábado, um preso sob sua custódia.
Muhammad al-Jundi, o prisioneiro morto, era acusado de collaborar com Israel no assassinato de seis ativistas da OLP.
Ele foi retirado da prisão e encontrado morto no mesmo lugar em que foi cometido o crime de que era acusado. Medein disse que o julgamento dos policiais deve começar ainda nesta semana.
Medein acusou Israel de planejar o atentado que matou o líder do grupo radical Jihad Islâmica, Hani Abed, em agosto de 1994. O governo de Israel se recusou a comentar o caso.
Em Cartum, a capital do Sudão, delegados de mais de 80 países, reunidos na Conferência Popular Árabe e Islâmica, rejeitaram a proposta de normalizar suas relações com Israel e declararam seu apoio a ações armadas contra os judeus.
A reunião terminou ontem. Observadores ocidentais consideraram que, apesar do teor das declarações, as propostas da conferência deste ano foram menos agressivas que as do encontro de 1993.

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