São Paulo, quarta-feira, 5 de abril de 1995
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Comerciantes mexicanos criticam imposto

FLAVIO CASTELLOTTI
DA CIDADE DO MÉXICO

As vendas na Cidade do México caíram 30% nos dois primeiros dias de vigência do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) de 15%.
"'Além disso, as ruas do centro foram invadidas por vendedores ambulantes, prejudicando ainda mais as vendas dos lojistas da região", afirmou Salvador López Negrete, presidente da Câmara de Comércio da capital mexicana.
O aumento de 50% da alíquota do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) foi a saída que o governo encontrou para aumentar sua arrecadação e obter superávit em conta corrente em 1995.
López Negrete quer que os comerciantes ambulantes também paguem o imposto, "para que a competição seja um pouco menos desleal", disse.

Liquidez
O presidente da Confederação Nacional de Comércio, Germán González Quintero, acredita que 10 mil empresas e estabelecimentos comerciais poderão quebrar ainda no primeiro semestre deste ano. "A falta de liquidez é geral."
Quintero defnde uma redução gradual dos impostos assim que o governo obtenha equilíbrio em suas contas e já encaminhou tal proposta para o Congresso.
Segundo o presidente do Instituto Mexicano para a Pequena e Média Indústria, Jorge Gastine, a queda da atividade industrial deverá ser de 4% no segundo semestre.
"Para a indústria, os efeitos recessivos do plano econômico serão sentidos de maneira mais profunda a partir do mês de maio", afirmou o empresário.
Além do aumento do IVA, o Congresso aprovou, na semana passada, um incremento de 12% no salário mínimo.
Para cumprir as medidas tomadas pelo governo, muitas empresas terão que cortar pessoal ou então optar pela economia informal, de acordo com a avaliação de Jorge Gastine.

Protesto
O segundo maior partido do país, o PAN (Partido de Ação Nacional), convocou a população para uma manifestação em protesto contra o aumento do IVA no dia 17 de abril.
A direção do partido disse, em comunicado divulgado ontem, que o governo não cumpriu com a sua parte do sacrifício de reestruturar a economia do país.
O comunicado também sugere redução de 30% nos quadros do funcionalismo público.

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