São Paulo, quinta-feira, 6 de abril de 1995
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FHC quer firmar imagem anti-México

RAQUEL ULHÔA; RUI NOGUEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

RUI NOGUEIRA
Coordenador de Política da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso embarca para os Estados Unidos no próximo dia 17 com duas preocupações. A primeira: marcar o maior número de encontros com autoridades e representantes da mídia americana para tentar convencê-los que o Brasil não é o México.
A segunda preocupação o presidente tenta resolver antes da viagem -fechar com o governo norte-americano um acordo preliminar de cooperação para combate ao narcotráfico.
Isso pode evitar, na lógica do governo, que o assunto tome conta dos encontros durante sua estada.
FHC disse ontem, em um almoço com senadores no Palácio do Alvorada, que já tem entrevistas agendadas nas três maiores emissoras de TV dos EUA (NBC, CBS e ABC) e vai "bater na tecla" das diferenças entre a situação econômica do México e do Brasil.
O presidente já teria também marcadas conferências para empresários e técnicos do governo norte-americano. Ele vai insistir em pelo menos duas diferenças: os gastos públicos, que no Brasil estariam sob controle, e a balança comercial, que, apesar dos déficits nos primeiros meses do ano, terminará com superávit, segundo sua expectativa.
A estratégia para tentar evitar que o assunto narcotráfico tome conta da visita foi acertada em uma reunião anteontem entre o ministro da Justiça, Nelson Jobim, e o embaixador norte-americano no Brasil, Melvyn Levitsky.
Ficou acertado que Jobim e Levitsky assinarão na próxima semana uma espécie de tratado de boas intenções, em que os dois países se comprometem a rever o acordo de 86, considerado ultrapassado.

Gafe do porta-voz
O porta-voz da Presidência, Sérgio Amaral, antecipou-se às eleições na Argentina -que começam em 14 de maio- e disse que FHC irá "à posse do presidente Carlos Menem, em julho".
A gafe foi cometida ao divulgar que FHC pretende ir à posse do novo presidente da Argentina.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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