São Paulo, sexta-feira, 7 de abril de 1995
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Kissinger prevê retomada de investimentos dos EUA

Integração com América Latina é "irreversível", diz

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

Os investimentos diretos (dinheiro aplicado na para a produção de bens e serviços) norte-americanos no Brasil vão voltar assim que "baixar a poeira" da crise do México, deflagrada pela queda do valor da moeda mexicana, de aproximadamente 50%, em dezembro passado.
A previsão é de Henry Kissinger, 71, ex-secretário de Estado dos EUA (cargo ministerial mais importante do país), de 1973 a 1977, nos governos dos presidentes republicanos Richard Nixon (1969-1974) e Gerald Ford (1974-1977).
Kissinger, que atualmente preside a empresa de consultoria sobre assuntos internacionais Kissinger Associates, fez esta declaração durante almoço da seção brasileira do Ceal (Conselho Empresarial da América Latina), ontem, em São Paulo.
Para o ex-secretário de Estado norte-americano, o destino "irreversível" da América Latina é a integração com os EUA para a formação de uma grande associação de comércio livre (acordo para a abolição de todos os impostos sobre compra e venda de produtos e serviços entre países) no continente americano.
Segundo Kissinger, os dirigentes do Mercosul (Mercado Comum do Sul), formado pela Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, e do Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), que reúne EUA, Canadá e México, devem começar "o quanto antes" a buscar estratégias de longo prazo para criar "um forte bloco econômico regional".
Adversário político do presidente norte-americano Bill Clinton (que pertence ao Partido Democrata), Kissinger disse duvidar da capacidade do atual governo norte-americano de dar aos EUA a liderança neste processo de integração regional.
O ex-secretário de Estado passou dois dias na Argentina no início desta semana. Segundo sua avaliação, "há uma forte decisão dos argentinos de trabalhar lado a lado com o Brasil para fortalecer o Mercosul".

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