São Paulo, sexta-feira, 7 de abril de 1995 |
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Alta é 'injustificável', diz Dallari
DA REPORTAGEM LOCAL O governo diz que não vai aceitar aumentos "injustificáveis" de preços. Ontem, após reunião com supermercadistas, o secretário de Acompanhamento Econômico, José Milton Dallari, convocou a indústria de massas e de produtos de higiene e limpeza para dar explicações sobre as novas tabelas.O encontro entre o secretário, a Abipla (higiene e limpeza) e a Abima (massas alimentícias) será na próxima segunda-feira. Hoje Dallari se reúne com a indústria de alimentos (Abia). Nesta semana, os preços dos produtos de limpeza subiram entre 8% e 10%. Em março, foi a vez das massas, dos biscoitos, do leite e derivados e do papel, que tiveram reajustes em torno de 10%. Só no último mês, o preço do queijo subiu 40%, diz Omar Assaf, vice-presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas). "Queremos avaliar se esses aumentos são abusivos", afirma Dallari. No caso das massas, biscoitos e produtos de higiene e limpeza, o reajuste é "injustificável", segundo o secretário. Motivo: os preços da farinha e dos ovos, por exemplo, não subiram. Dallari considera "justificável" só a alta dos preços dos produtos lácteos porque hoje é entressafra (período de queda na produção). Para o secretário de Acompanhamento Econômico, os aumentos não são generalizados. Ele faz questão de frisar que o custo da cesta básica tem se mantido estável nos últimos três meses em torno de R$ 97. Mas o governo se mostra preocupado com o comportamento dos preços daqui para frente. Tanto é que o próprio Dallari já pediu a Apas e a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) que mande uma lista com produtos que possam ter problemas de abastecimento e preços. O objetivo é incluir esses produtos na lista do exceção do Mercosul. Nos dias 18 e 19 de abril, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai se reúnem para discutir as tarifas dos produtos da lista de exceção. "Para a discussão, vamos levar em conta essas pressões por aumentos de preços ", diz Dallari. Segundo os números da Abras, as vendas nos supermercados caíram de 7% a 10% em março na comparação com fevereiro. No primeiro trimestre deste ano em relação aos três últimos meses de 1994, o recuo no faturamento foi de 5% a 7%. Texto Anterior: O cartesianismo de Jatene Próximo Texto: Governo arrecada R$ 7,2 bi em impostos Índice |
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