São Paulo, sexta-feira, 7 de abril de 1995
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'Nova Geração' repete fórmula Star Trek

THALES DE MENEZES
DA REDAÇÃO

Filme: "Jornada nas Estrelas, a Nova Geração"
Produção: EUA, 1994
Direção: David Carson
Elenco: William Shatner, Patrick Stewart, Malcolm McDowell
Onde: Butantã 2, Ibirapuera 2, Gemini 2, Metro 1 e circuito

É hora de mais um teste de fidelidade para os fãs da melhor série de ficção científica da história. "Jornada nas Estrelas, A Nova Geração" estréia com a fórmula que consagrou toda a trajetória dos personagens criados por Gene Roddenberry: um certo rigor científico e muita falação filosófica.
Quando a série de TV começou, nos anos 60, uma das principais características era uma constante discussão sobre a perplexidade do homem diante da grandeza de Deus ou do universo (e às vezes era difícil discernir Deus e universo). O capitão Kirk cansou de passar a lábia em alienígenas com monólogos intermináveis.
Nesse novo filme, chamado pelos fãs de "Star Trek 7" (é o sétimo filme para cinema), mais uma vez um vilão quer brincar de Deus. Malcolm McDowell (de "Laranja Mecânica") empresta seu ar de lunático ao personagem Soran. Ele descobre como ir a uma espécie de paraíso chamado Nexus, uma dimensão onde a pessoa só tem lembranças boas e as limitações de tempo e espaço são desprezadas.
Foi justamente uma destruição das leis temporais que permitiu a grande atração do filme: a reunião do capitão James T. Kirk (William Shatner), o herói da série original, e Jean-Luc Picard (Patrick Stewart), que comanda a Enterprise na segunda edição da série ("A Nova Geração", dos anos 80).
Kirk morre no início do filme. Séculos depois, Picard vai ao Nexus, onde Kirk vive uma pacata vida no campo. Mas Picard pede ajuda a ele para sair daquele paraíso ilusório e impedir Soran de fazer uma experiência transdimensional que ameaça o universo.
A maior parte da ação fica com os personagens da Nova Geração. Quando Roddenberry ressuscitou a série nos anos 80, reeditou elementos que já usados 20 anos antes. Os fãs do orelhudo vulcano Spock (ausente no filme) têm de se satisfazer com o andróide Data.
Na TV, Data faz o personagem sem emoções humanas encarnado antes por Spock. No filme, porém, ele recebe um chip novo e pela primeira vez ri, chora e tem as reações impensadas dos humanos.
Mais do que um concurso de popularidade entre as gerações, o filme serve para dar uma nova dose de alegria aos "trekkies". Se é bom ou não, pouco importa. Na verdade, é até bem movimentado e simpático.

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