São Paulo, sexta-feira, 7 de abril de 1995 |
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Bomba! Cheque pré em casa de massagem!
JOSÉ SIMÃO
Como aquele filme do cineasta russo Dziga Vertov que na Bahia projetaram ao contrário. Aí na cena final apareceu escrito na tela: "MIF". E o público: "O que é MIF? O que é MIF?". E o projetista: "MIF é fim em russo". Rarará. Rarará. E no Brasil agora só circulam dois tipos de cheque: o pré e o sem fundo. Rarará! É verdade. Tem uma amiga minha que pegou stress na mão direita. De tanto assinar cheque pré. Tão aceitando cheque pré até em casa de massagem. Goze hoje e pague em 30 dias! O problema é que pagar por um orgasmo que você já teve há um mês é como fazer supermercado depois do almoço! E graças a Deus que aquela outra amiga conseguiu comprar o seu carro importado. Vitória do consumidor! Ela vai entrar na sua cidade natal buzinando e com todos os piscas ligados! E o irmão ainda vai oferecer um peru do pé-duro. Aquele criado em quintal. Aliás, como nunca se sabe como vai ser o Natal do brasileiro um outro amigo já comprou o seu peru. Antes que a Sadia exporte tudo pra Arábia Saudita! E, com a liberação da alíquota das peruas, brasileiro agora fica com duas: uma no cabeleireiro e outra na garagem! Luís Nassif, Liloca Witte Fibe, Salette do TJ! Help! Eu compro ou não compro? A prazo? Ou cheque pré? Compro dólar ou aplico na poupança? Compro importado porque o nacional vai subir ou compro nacional porque o importado vai sumir? É o samba do consumidor doido! E pra terminar diz que o sogro chegou pro genro: "Olha, a minha filha gosta de macho". E o genro: "Aaaai, e quem não gosta?". Rarará. Hoje só amanhã. Vai indo que eu não vou! Texto Anterior: Ferry ainda incorpora crooner "cool" Próximo Texto: Desconforto faz a diferença Índice |
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