São Paulo, sexta-feira, 7 de abril de 1995
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Diretor do MIS pede demissão "amigável"

DA REDAÇÃO

O diretor do MIS (Museu da Imagem e do Som), Amir Labaki, pediu demissão do cargo, por razões de "ordem pessoal". Ainda não foi indicado o substituto.
A demissão foi comunicada anteontem ao secretário de Estado da Cultura, Marcos Mendonça, ao qual o MIS é subordinado. "Ele apresentou as dificuldades que teria para se dedicar ao MIS, já que tem outras atividades como jornalista", disse o secretário.
"Seria impossível compatibilizar o cargo de diretor do MIS com a atividade de crítico neste ano em que se comemoram os cem anos do cinema", afirmou Labaki, que também é colaborador da Folha.
"O cargo de diretor acumulou uma demanda profissional muito intensa. Ao mesmo tempo, há uma série de artigos e viagens programados, em função dos cem anos do cinema", disse o ex-diretor.
Ele afirma que sua saída foi "um divórcio amigável" e se tornou possível porque o MIS já está com seu funcionamento mínimo garantido. O museu perdeu 77 de seus 85 funcionários.
Tal perda aconteceu devido aos cortes feitos pelo governo nos contratos com o Baneser -órgão do Banespa (banco estadual de São Paulo, sob intervenção do Banco Central) que fornecia mão-de-obra para a administração pública.
Para contornar o problema, foram contratadas 30 pessoas, por 90 dias, para trabalhar em projetos específicos do MIS, como organização de mostras de vídeos e filmes de curta-metragem inéditos.
O prazo de tais contratações vence no final de maio. Ainda não há definição da Secretaria da Cultura sobre o que acontecerá depois.
"Afasto-me com a retomada nesta semana da dinâmica e variada programação do MIS, reescalonada para a restrita realidade da crise atual", afirma Labaki em nota pública divulgada ontem.
Segundo o mesmo texto, "foram priorizados os projetos permanentes do museu, comprometidos com o fortalecimento do acervo e enraizado entre os produtores culturais brasileiros, e os eventos organizados em parceria'.

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