São Paulo, sábado, 8 de abril de 1995
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Polícia prende 10 pessoas em favela

DA SUCURSAL DO RIO

A Polícia Militar realizou ontem a maior ação desde o início da Operação Rio 2 -convênio assinado entre o governo do Rio de Janeiro e a União para combate ao crime organizado. Dez pessoas foram presas e duas metralhadoras Beretta, do Exército Brasileiro, foram apreendidas.
Os policiais encontraram duas pistolas Lugger (alemã), um fuzil argentino, um fuzil chinês, uma metralhadora e uma pistola Uzi (israelense) e revólveres de origem francesa e italiana.
Segundo o coronel Lenine de Freitas, assessor do secretário de Segurança Pública do Estado, "essa apreensão de armamento internacional prova a tese da internacionalização do crime".
"Mostra também que muitos traficantes do Rio foram se refugiar em favelas menos visadas", disse Lenine. Ele afirmou que das dez pessoas presas, oito não moravam na favela.
A polícia apreendeu ainda no local mil trouxinhas de maconha, dois sacolés (unidades de venda) de cocaína, dois telefones celulares, cartões de crédito, cheques, peças de carros e R$ 1.300,00.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, não houve cumprimento de mandados judiciais nem revistas.

Blitz
Durante a madrugada, a Companhia de Trânsito e a Polícia Militar fizeram blitz na pista de subida da avenida Brasil, na altura de Parada de Lucas (zona norte).
Em três horas, pessoas e veículos foram revistados, mas ninguém foi preso.
Durante todo o dia de ontem, soldados do Exército voltaram a percorrer as ruas da cidade. Na zona sul eles foram vistos entre Botafogo e Barra da Tijuca.
As tropas do Exército continuam ausentes nas incursões a morros. Segundo afirmou ontem o porta-voz do CML (Comando Militar do Leste), coronel Ivan Cardozo, as Forças Armadas estão preparadas para efetuar "ações mais incisivas".
Cardozo disse que os militares estão "de prontidão", mas que "as ações de maior alcance só serão feitas mediante solicitação do governador do Estado".

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