São Paulo, domingo, 9 de abril de 1995 |
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'Se preciso, pego nas armas pelo mercado'
PAULO MOTA
Instalado há 27 anos numa área de 20 metros quadrados, onde vende roupas e calçados, Torres diz que não tem condições de comprá-la. Atualmente, ele paga à prefeitura um aluguel de R$ 2,00. Aposentados "Meu comércio só vende alguma coisa quando os aposentados vêm receber dinheiro e fazem umas comprinhas. Às vezes, eu passo uma semana sem vender nada", declara. Torres afirma que seu ganho médio mensal, de R$ 140,00, inviabiliza a formação de uma poupança para comprar o box. "O dinheiro que a gente apura (ganha) mal dá para alimentar a família. Só consigo manter esta loja porque o aluguel é quase de graça. Vivo assim desde que era rapazinho. Se alguém quiser mudar esta situação, vou reagir", disse. O aposentado Antônio Leite da Silva, 72, que vende ferragens num box do mercado, diz que é contra "qualquer privatização". Silva tem uma opinião formada não apenas sobre a privatização em Quixadá, mas também sobre a atuação de Fernando Henrique Cardoso. Ele teme, sobretudo, a ação de estrangeiros. No Brasil e em Quixadá. "O prefeito e o presidente da República querem vender nossas coisas para entregar tudo aos turistas estrangeiros. Só que eles esquecem que todo turista é ladrão e (eles) vão roubar até as nossas mulheres", diz Silva. (PM) Texto Anterior: 'Mercado é da Virgem Maria e Menino Jesus' Próximo Texto: Discurso petista lembra o de FHC Índice |
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