São Paulo, domingo, 9 de abril de 1995
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Contas da Força Sindical têm auditoria

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

As contas da Força Sindical estão sob auditoria, segundo o secretário-geral da entidade, Enilson Simões de Moura, o Alemão.
Ele afirma que os recursos arrecadados pelo presidente da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros, em esquema paralelo, não entraram nos cofres da central.
O esquema paralelo foi denunciado à Folha por Wagner Cinchetto, ex-assessor de Luiz Antônio de Medeiros.
Cinchetto, um dos participantes assumidos do esquema paralelo, disse que Medeiros arrecadou, a partir de 90, cerca de US$ 2 milhões junto a empresários por intermédio de dois institutos.
A operação teria contado com a ajuda do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
Medeiros nega a ajuda de Collor e diz desconhecer o total arrecadado junto aos empresários.
Ele havia confirmado, em entrevista à Folha, que a arrecadação se dava por intermédio do Instituto Brasileiro de Estudos Sindicais. Documentos e empresas confirmam a informação.
Na sexta-feira, Medeiros se recusou a falar sobre o assunto. Disse que não existe auditoria em andamento e afirmou que ele mesmo pede um levantamento periódico das contas da central.
Alemão disse ter sugerido a auditoria externa e afirma que Medeiros foi informado a respeito.
Segundo ele, a direção da Força Sindical não tinha conhecimento do esquema paralelo de Medeiros.
Já o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e diretor da Força Sindical, Cláudio Camargo Crê, o Magrão, diz exatamente o contrário.
Para ele, a direção nacional da Força Sindical sabia que Medeiros havia pedido recursos a empresários com o objetivo de organizar o congresso de fundação da central, em 8 de março de 91.
Magrão ataca diretores da central, chamando-os de "covardes". "Esses dirigentes estão atrás do muro, fazendo 'arranjozinho' para derrubar o Medeiros", diz.
Depois das denúncias de Cinchetto sobre o esquema paralelo de arrecadação de fundos, as disputas na direção da Força Sindical se acirraram.
As brigas pelo poder na entidade já vinham acontecendo desde que Medeiros se afastou da central, no ano passado, para concorrer ao governo de São Paulo.

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