São Paulo, domingo, 9 de abril de 1995
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Quebra de monopólios exigirá qualidade

DA REPORTAGEM LOCAL

Baseada na convicção de que a queda dos monopólios é uma questão de tempo, a Telemig (Telecomunicações de Minas Gerais) desencadeou há três anos um processo de reengenharia e de busca da Qualidade Total.
"Se as empresas não se prepararem para serem competitivas, realmente não vão sobreviver porque a queda dos monopólios é uma questão irreversível. Elas têm de ser eficientes ou, então, desaparecem", diz o presidente da Telemig, Júlio Boechat.
Ele participou esta semana da série de palestras "A Busca da Qualidade Total", promovida pela Folha.
Detectadas as principais deficiências da empresa através de pesquisas com clientes e de seminários internos, o passo seguinte foi motivar os funcionários a participarem da mudança.
"A Telemig centrou os esforços no desenvolvimento comportamental de seu pessoal. Era preciso mudar a cultura da empresa e a cabeça das pessoas. E isso em uma estatal é complicado. Encontramos muita resistência", afirma Boechat.
Segundo ele, o objetivo era transformar a Telemig em uma empresa prestadora de serviços de comunicações e não em uma companhia de telefonia, como era até o início dos trabalhos.
"Temos empregados em 200 localidades, alguns deles a 800 quilômetros da sede da empresa. Então, era preciso criar um projeto que atendesse a essa peculiaridade da empresa", diz ele.
Na opinião de Boechat, outro ponto importante foi aumentar a percepção das necessidades dos clientes internos e externos.
"Utilizamos pesquisas para medir a qualidade dos serviços que prestamos, tendo como referência padrões internacionais. Entrevistamos dez dos maiores clientes da empresa e exibimos esses o vídeos durante os seminários, estabelecendo uma parceria entre nós, clientes e fornecedores", afirma.
Nos últimos três anos a Telemig quitou o débito de 180 mil linhas acumulado em função da comercialização de vários Planos de Expansão.
A empresa está apostando em uma política inovadora: o aluguel de terminais convencionais e celulares, a preços acessíveis.
A Telemig pretende aumentar o número de terminais de 1,186 milhão para 2,551 milhões até 98.
O processo de reengenharia da empresa começou em 92.
O cliente que mudar de endereço em uma mesma cidade terá seu telefone transferido em, no máximo, três dias. Antes, esse serviço levava cerca de 180 dias.
A produtividade passou de 8,6 empregados por mil terminais instalados em 91 para 6,7 empregados por terminais instalados em 94.
A Telemig fez parcerias com a TVC/TTC para prestação de serviços de TV a cabo, com a Proceda-BMS para troca eletrônica de dados e com a Companhia Telefônica do Brasil Central para prestação de serviços, investimentos e operação.

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