São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Servidores da saúde param a partir de hoje

DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 11/04/95
O reajuste de 133% a 197%, reinvidicado pelos servidores estaduais da saúde, se refere à recomposição do poder de compra da categoria nos últimos três anos. No quadro "Greve na Saúde", da edição de ontem (pág. 3-6), informa incorretamente que o reajuste se refere a perdas salariais.
Cerca de 50 hospitais e 1.500 unidades de saúde do Estado terão seus serviços afetados hoje pela greve decretada pelos servidores. Segundo o Sindsaúde -que reúne os 74 mil funcionários da saúde-, os postos permanecerão abertos para que a população seja informada e orientada.
Serviços de emergência e atendimentos a pacientes internados serão mantidos.
O sindicato recomenda às pessoas que procurem os serviços municipais ou adiem as consultas. A Secretaria da Saúde acredita que o atendimento não será afetado.
Os servidores fazem assembléia hoje nos seus locais de trabalho. Amanhã participam de assembléia estadual que decidirá a continuidade ou não da greve. O Sindicato dos Médicos de São Paulo fará assembléia nesta terça-feira. "Apoiamos a greve, mas os médicos ainda não montaram os plantões de emergência necessários nesses casos", disse Tito César Nery, presidente do sindicato.
A Associação dos Servidores do Hospital das Clínicas confirmou a paralisação. "Tem funcionário ganhando R$ 35,00 como salário", disse Estênio Machado, presidente da associação. Segundo ele, existem mais de 5.000 ações na Justiça do Trabalho contra o hospital.
Os médicos do HC não devem parar, mas sem enfermagem e pessoal administrativo, os serviços ficarão comprometidos. Os servidores do Hospital Emílio Ribas decidiram não entrar na greve. Decretaram "luto" contra o Estado.
O Sindsaúde não gostou das novas propostas feitas na sexta à noite pelo secretário José da Silva Guedes. O governo propôs incorporar uma gratificação ao salário, adiantar o auxílio-transporte e incluir médicos e enfermeiros entre as categorias que receberiam 30%. Mas negou estabelecer uma data-base para os funcionários da saúde.
"A proposta não garante reposições futuras e ainda divide os servidores", disse Angelo D'Agostinho Júnior, diretor do Sindsaúde. Segundo ele, cerca de 60% da categoria teria só 15% de reajuste.

Texto Anterior: Encapuzados matam um e ferem seis em bar de Osasco
Próximo Texto: Greve dos professores chega ao 15º dia sem perspectiva de acordo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.