São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 1995
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Argentinos esperam vender mais eletrodomésticos

Negócios com o Brasil devem crescer 30% neste setor

GRAZIELE DO VAL
DA REPORTAGEM LOCAL

Animados com o encarecimento dos eletroeletrônicos importados, empresários argentinos que participam da UD (Feira Internacional de Utilidades Domésticas) esperam vender 30% mais este ano.
É que os preços dos produtos fabricados em Taiwan e no Japão, por exemplo, devem subir até 40%, por conta do aumento das alíquotas. Enquanto isso, os similares produzidos nos países do Mercosul têm tarifa zero.
"A nossa expectativa era comercializar 15 mil geladeiras e 15 mil aparelhos de TV por mês no Brasil. Com essa mudança, devemos vender 20 mil de cada, diz Cayo Bentanzos, diretor-geral da Magiclick.
Elcio Masri, da Goldenkar, prevê que o fluxo de negócios entre os dois países nestes segmentos -incipiente até agora- deve crescer em torno de 30%.
"Os preços dos eletrodomésticos argentinos estão cerca de 15% menores do que os dos nacionais."
Juan Carlos Jaco, diretor da Liliana, um dos maiores fabricantes de bens duráveis da Argentina, comemora a alta das tarifas. "Com a concorrência dos importados, o mercado brasileiro era inacessível para nós. Hoje, as portas estão abertas", diz.
Ele já tem planos de abrir uma rede de lojas para prestar assistência técnica no Brasil e pretende transferir parte da produção para São Paulo, só não quis adiantar quando e os investimentos previstos.
Na ponta inversa, Bentanzos pretende investir 30% mais do que no ano passado na sua fábrica brasileira para ampliar a capacidade de produção. Objetivo: vender ventiladores e aquecedores para a Argentina e Uruguai.
A Casa Centro já fez sua primeira encomenda à indústria argentina, especialmente para o Dia das Mães. "Lá as fábricas estão com sua capacidade de produção ociosa e os preços são competitivos", diz Heraldo Infante, diretor comercial da rede.

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