São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 1995 |
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Profissionalização é a arma para enfrentar a concorrência
FRANCISCA RODRIGUES
Uma das mudanças foi a reestruturação na organização. O Sé passou de uma administração familiar para uma profissional. Desde 93, vem sendo dirigida por profissionais sem parentesco com os acionistas da empresa, que passaram a integrar o conselho de administração. "O fato de a família ter saído da direção é inusitado para uma empresa do setor", diz Antonio da Silva Sé, membro do conselho de administração. "Hoje temos uma administração enxuta, composta de um presidente e três diretorias: administrativo-financeira, técnica e de recursos humanos." Desde o anúncio da chegada da gigante norte-americana Wal-Mart, as redes de varejo no Brasil se preparam para enfrentar a concorrência que ela vai gerar, ressalta o empresário. Para absorver o impacto da concorrência e se manter "saudável", o Sé, que tem um número de clientes em torno dos 20 milhões por ano, está procurando ter outros diferenciais em relação às grandes redes e está dando ênfase ao serviço prestado ao cliente. Nessa linha de melhor atendimento, foram criados os "comitês de clientes", onde são realizadas reuniões entre os clientes e o pessoal da loja, aproximando-os e esclarecendo dúvidas, afirma Antonio Sé. Ainda dentro da política da concorrência, o Sé automatizou todas as suas lojas e está abrindo novas unidades. A próxima será em Rio Claro (175 km a Noroeste de SP), no final de julho. Em 96 vai abrir um supermercado em Santa Bárbara d'Oeste (150 km a Noroeste de SP), e outras lojas estão sendo reformadas, acrescenta o empresário. Com 15 lojas no Estado de São Paulo, o Sé se informatizou totalmente há cerca de um ano, investindo anualmente US$ 1 milhão nesse segmento. "Vamos investir em 95 mais US$ 1,4 milhão nesse setor", diz Antonio Sé. O Sé tem 3.400 funcionários e faturou US$ 305 milhões no ano passado, um incremento, em dólar, de 30% em relação a 93. O crescimento foi em função da abertura de novas lojas e do aumento do consumo, explica Antonio Sé. A empresa investe 1% do faturamento em publicidade. Novos horizontes Dentro da reestruturação, o grupo separou o negócio principal -a rede de supermercados- do patrimônio administrado pela empresa Tivoli Comércio Importação e Exportação, que passou a administrar os imóveis do grupo e a alugar para terceiros. A Tivoli está entrando no ramo da construção de shopping center. O primeiro será em Santa Bárbara d'Oeste -com previsão de investimento total de US$ 12 milhões- e será responsável por 60% desse volume, incluindo o terreno. O restante dos recursos será da sócia, a Implanta. O Sé Supermercados será a loja âncora. A previsão é inaugurar a loja em março e todo o shopping em meados de outubro de 96. Na nova filosofia, a empresa investiu US$ 8,5 milhões na construção do Tivoli Center, o primeiro imóvel de escritório. "Ele não está voltado para atender as atividades dos supermercados Sé, cuja sede administrativa vai ocupar apenas dois andares, pois o restante do edifício será alugado", diz Antonio Sé. Texto Anterior: O paradoxo da choradeira Próximo Texto: Ações de eletrodomésticos esboçam reação Índice |
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