São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 1995 |
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Slash decepciona em seu primeiro disco solo
PAULO HENRIQUE BRAGA
Slash, além de segurar musicalmente a banda, tem uma imagem simpática, que se contrapõe à arrogância de Axl Rose, criando uma espécie de tensão que parece impulsionar o grupo. Com o Guns parado, ele aproveitou para formar sua própria banda, o Snakepit. O grupo é formado pelos também "gunners" (designação dos músicos da banda Guns) Gilby Clarke (guitarra) e Matt Sorum (bateria), além de Mike Inez (baixo), do Alice in Chains, e Eric Dover (vocais). Mas não foi desta vez que Slash conseguiu sair da sombra de guitarristas e bandas dos anos 70, como Led Zeppelin e Aerosmith. Ao contrário, regrediu. "It's Five O'Clock Somewhere", trabalho de estréia da banda, tem clima de jam session, no mau sentido. Se define mais por temas repetitivos e por um desfile de clichês do que por uma possível espontaneidade. O disco começa razoável, com o rock-blues "Neither Can I", que tem bons timbres de violão e guitarra. Prossegue com as babas (tipo de música lenta e tonta) "Dime Store Rock", "Beggars & Hangers On", em que o vocal de Dover colabora para transformar o som sem criatividade do grupo em algo como um Bon Jovi ou Poison, mas sem o mesmo apelo pop. A coisa melhora um pouco na sexta faixa, "Monkey Chow", que traz ao menos algum "punch". Depois, piora com o instrumental "Jizz Da Pit", que poderia ser de qualquer bandinha heavy que toca pelas esquinas. O negócio descamba de vez com "Doin' Fine". A banda reproduz uma atmosfera de "festinha selvagem", com garotas dando gritos e o baixista Inez quebrando uma TV na gravação (não é o máximo?). O resto do disco fica em um nível pouco superior. Nos quase 70 minutos do CD, o Snakepit acaba soando como uma banda de colegiais tentando se divertir com um som óbvio e letras, em sua maioria, de mau gosto. Pena que só eles se divertem. Texto Anterior: Dois discos muito importantes por razões muito pessoais Próximo Texto: PORRADA DE VAN DAMME Índice |
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