São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 1995
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Senador apresenta relatório amanhã

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) apresenta amanhã na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado seu relatório sobre uma nova Lei de Patentes (concessão de direitos autorais sobre invenção) para o país.
Ele vem sendo pressionado por representantes de países desenvolvidos, de laboratórios farmacêuticos e do governo brasileiro para modificar a proposta.
O governo tem pressa na aprovação desta lei, porque os EUA pressionam pela regulamentação da concessão de patentes de remédio, alimentos e química fina (produtos químicos usados para fazer cosméticos e remédios).
A legislação em vigor no Brasil não reconhece patentes sobre estes produtos.
A indústria farmacêutica norte-americana acusa os laboratórios brasileiros de copiarem suas invenções (praticando a chamada "pirataria"), causando ao setor um prejuízo de US$ 500 milhões por ano.
O texto aprovado pela Câmara em junho de 1993 foi relatado pelo deputado Ney Lopes (PFL-RN). Foi encaminhado ao Congresso pelo governo Collor em 91 e tramitou na Câmara por dois anos.
Em sua proposta, Suassuna recusa o reconhecimento de patentes para medicamentos registrados em outro país ("pipeline"), mesmo que o produto não tenha sido comercializado.
O procedimento -só adotado no México- é defendido pelos EUA.
"A concessão de direito sobre propriedade intelectual de produto já patenteado acaba com o princípio de originalidade", argumenta Suassuna.
Ele admite reconhecimento de patente registrada em outro país somente se isso tiver ocorrido a partir de dezembro de 94. O texto original prevê "pipeline" para produtos patenteados, desde que ainda não tenham sido comercializados.
O projeto da Câmara fixa o prazo de um ano após a aprovação da lei para que ela entre em vigor. Suassuna aumentou este prazo para cinco anos e o governo brasileiro teme retaliações comerciais dos Estados Unidos contra as exportações brasileiras neste período.

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