São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995
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Informação elimina as distâncias

GRACILIANO TONI
COORDENADOR DA EDIÇÃO BRASILEIRA

Depois do acelerado processo de "encurtamento" de distâncias via aumento da velocidade do transporte, chega a vez de diminuir o mundo melhorando drasticamente a comunicação.
A substituição dos deslocamentos humanos pela transferência de arquivos digitais levou à criação do termo superestrada da informação, ou superinfovia. Por ela, caso sejam superados problemas de padronização e sejam investidos os bilhões de dólares necessários a sua implantação, trafegarão vídeos, músicas, serviços de diversos tipos e mensagens.
A Era da Informação -expressão cunhada para caracterizar o aumento da importância dos novos meios de comunicação- deve muito ao computador, à indústria de programas e aos satélites de comunicação.
O homem da nova era pode trabalhar em casa com pleno acesso aos arquivos informatizados de sua empresa. Pode também usar o computador para fazer compras ou, usando a rede Internet, que liga computadores do mundo todo, enviar mensagens para qualquer canto a custo ínfimo, entrar em bancos de dados de universidades e de museus, viajar do Brasil aos EUA sem sair da cadeira.
Executivos podem participar de reuniões com outros executivos de diversas partes do mundo sem sair de sua sala, usando a -ainda rudimentar- videoconferência, economizando tempo e cortando gastos com transporte e hotéis.
Serviços que permitem compras à distância, via TV ou computador, se espalham com velocidade. Há novas formas de divulgar produtos, mas também surgem formas de evitar publicidade indesejada.
Certa dose de inconvenientes acompanha a revolução propiciada pelos novos meios. Já se fala em censurar mensagens difundidas via redes de computadores -nos EUA, tramita projeto de lei que impõe pesadas multas à pornografia digital. O governo norte-americano gostaria de controlar todas as mensagens enviadas pelo computador.
Nova modalidade de se apropriar do que é dos outros, o cibercrime -fraude cometida com uso de computadores- é difícil de detectar e lucrativo.
A promiscuidade dos computadores ligados em rede, em contato com deus e o mundo, proporcionou até a disseminação de "doenças" digitais. As mais frequentes são provocadas por vírus -programas desenvolvidos para prejudicar o funcionamento de computadores, algumas vezes resultando em perda total dos dados nele contidos.
O trabalho em casa, cada vez mais frequente graças aos computadores e à comunicação à distância, acaba levando ao aumento do número de horas trabalhadas e ao fim do descanso.
Padrões, processos e equipamentos se tornam obsoletos a velocidades nunca vistas. Chips poderosos hoje serão sucata em um ano. Pessoas com papel fundamental no mundo da informática podem rapidamente cair do trono.

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