São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995
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Ex-campeão de xadrez teme os computadores

BORIS SPASSKY
ESPECIAL PARA O "WORLD MEDIA"

"Tenho um micro portátil bem pequeno. Não é novo -acho que tem quatro ou cinco anos. Nada de especial. Sua tela não é colorida, mas estou muito satisfeito com ele. Gosto de meu computador. Mesmo gostando tanto do micro, não uso mais que 1% de sua capacidade. Ele me ajuda a conseguir informações sobre meus adversários, sobre aberturas de xadrez, sobre disputas recentes, torneios realizados e futuros e outras informações. Gostaria de aprender para me beneficiar mais de suas vantagens.
Mas isso não significa que eu vá perder meu tempo aprendendo a jogar xadrez contra um computador. Não gosto de jogar xadrez contra um micro porque ele não está vivo. Para mim, o jogo de xadrez deve ser jogado entre dois seres humanos. Eu costuma chamar o computador de caixa de ferro. Quando eu era o rei do xadrez, tinha medo de duas coisas: dos computadores e das crianças, porque sabia que um dia iriam me derrotar. Computadores e crianças seriam meus futuros carrascos, tentando me tirar de meu trono. Veja esse jovem crocodilo, Karpov. Ele tem 43 anos de idade. Se eu fosse campeão de xadrez hoje, ele poderia simplesmente me derrotar. Poderia ser assim também com computadores. É por isso que sou tão apaixonado e nervoso em relação a eles.
Boris Vasiliyevich Spassky, 57, foi campeão mundial de xadrez de 69 a 72. ele vive em Paris, e participa com regularidade de torneios de xadrez.

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