São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995
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Paralisações afetam vida de casal em greve

Filho de grevistas está sem aula

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

A greve dos servidores públicos estaduais mudou o cotidiano do casal José Roberto Araújo, 40, e Ana Maria da Silva, 33. Funcionários do Hospital das Clínicas de São Paulo, os dois aderiram à greve e têm de dividir o tempo entre assembléias e cuidados com os filhos, principalmente o mais novo, que está em casa porque sua creche está em greve.
Ana Maria disse ter ficado surpresa anteontem de manhã quando foi deixar seu filho de 1 ano na creche do HC e os portões estavam fechados. "Tive de voltar para casa e deixar o menino com minha mãe."
"Os funcionários da creche têm direito de fazer greve também, mas acabam atrapalhando a nossa vida", afirmou Araújo.
Enquanto um vai ao HC para assinar o ponto, o outro se encarrega de deixar a criança na casa de algum parente. "Os nossos parentes já estão acostumados. Como funcionários do HC, sempre estamos em greve e temos que contar com eles", disse Ana Maria.
O filho do primeiro casamento de Araújo também sofre os efeitos da greve dos servidores públicos. Estudante de uma escola estadual, o menino também está em casa porque a escola aderiu à greve.
O casal afirmou que o seu padrão de vida caiu nos últimos anos, como funcionários públicos. Araújo e Ana Maria tiveram de ir morar na casa dos pais e constantemente pedem ajuda financeira para a família.
Araújo ganha R$ 93,73 como porteiro do prédio da Administração do HC. Sua mulher recebe R$ 154,56 como escriturária no HC.

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