São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995
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Empréstimo dependerá de 'garantia ambiental'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso proibiu bancos oficiais de concederem empréstimos a empresas que não respeitarem regras para preservação do meio ambiente.
O governo vai tentar obter a adesão dos bancos privados ao chamado "protocolo verde".
Nesse sentido, o ministro do Meio Ambiente, Gustavo Krause, convidou ontem o presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) para uma reunião em seu gabinete, na terça-feira.
A iniciativa atende a princípios estabelecidos pelo PNUMA (Programa Das Nações Unidas para o Meio Ambiente) na "Declaração dos Bancos sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentado".
O documento foi assinado por 60 instituições mundiais de crédito, em 92. No Brasil, apenas o Banespa é signatário da declaração.
A decisão foi anunciada ontem por Krause. FHC deu prazo de 45 dias para que instituições de crédito oficiais estudem os critérios que vão incluir a variável ambiental na concessão de empréstimos.
A idéia do governo é emprestar dinheiro apenas às empresas que se comprometam com a preservação ambiental. Os bancos oficiais, anualmente, emprestam cerca de R$ 20 bilhões para empresas.
Krause integra o grupo de trabalho que vai definir os mecanismos de avaliação da questão ambiental. Os ministros Pedro Malan (Fazenda) e José Serra (Planejamento) também fazem parte da equipe.
"É muito oportuna a decisão do presidente, pois o país está retomando o processo de crescimento econômico, onde naturalmente existirá uma demanda maior por crédito", comentou Krause.
Segundo o ministro, a intenção é fazer com que os impactos ambientais provocados por projetos implementados por instituições privadas sejam considerados dentro da avaliação de riscos.
"Começamos a responder a falsos dilemas que sempre foram colocados na questão ambiental: de um lado, o preservacionismo radical. Do outro, o furor predatório."
As regras serão estabelecidas em conjunto pelo Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal, Banco Central, BNDES e Banco da Amazônia.

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