São Paulo, sexta-feira, 14 de abril de 1995
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Afeganistão acusa Rússia de matar 125 civis

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Morreram pelo menos 125 civis e 250 ficaram feridos em bombardeios russos perto da fronteira entre Tadjiquistão e Afeganistão, informaram a rádio afegã "Kabul e funcionários do governo afegão.
O ministério das Relações Exteriores do Afeganistão enviou mensagem às Nações Unidas protestando contra os bombardeios.
Bombas que caíram em Taloqan (capital da Província fronteiriça de Takhar) deixaram pelo menos cem mortos, segundo a rádio "Kabul. Em Chah Ab (fronteira) morreram 25, segundo oficiais afegãos.
Morreu um soldado em ataque guerrilheiro a um posto fronteiriço guardado por tropas da CEI (Comunidade dos Estados Independentes), comandadas pela Rússia.
O presidente da Rússia, Boris Ieltsin, disse ser favorável a dar ajuda militar ao Tadjiquistão para combater rebeldes islâmicos tadjiques com bases no Afeganistão.
A intervenção russa em conflitos na Ásia Central foi duramente criticada pela comunidade internacional após o envio de tropas russas para controlar rebeldes separatistas na Tchetchênia.
A CEI, organização de 12 ex-repúblicas soviéticas formada com o colapso da União Soviética, enviou tropas em 1992 à fronteira entre Tadjiquistão e Afeganistão.
O governo tadjique pediu na época auxílio militar à CEI para combater rebeldes que haviam fugido para o Afeganistão. Os russos têm 20 mil soldados na região.
Ano passado, os rebeldes que ocupam a região montanhosa de Gorno-Badakhshan, contestaram resultado de eleições no Tadjiquistão e o conflito se intensificou.
Autoridades afegãs negam estar fornecendo ajuda aos rebeldes, mas os próprios rebeldes afirmam receber apoio do Afeganistão.
Com o rompimento do último cessar-fogo, morreram na última semana 35 militares da CEI e cerca de 180 rebeldes.
A declaração de Ieltsin, favorável ao auxílio militar ao Tadjiquistão, foi recebida com reservas pelo ministro da Defesa russo, Pavel Gratchev. A Rússia perdeu mais de 2.000 homens em quatro meses de intervenção na Tchetchênia.

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