São Paulo, sexta-feira, 14 de abril de 1995
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Milagres da informática

Milagres da informática
A popularização dos microcomputadores e o crescimento da redes de comunicação digitais são provavelmente a maior revolução no campo do saber desde as invenções da escrita e da imprensa, como mostrou o caderno especial "World Media" sobre a era da informação publicado ontem na Folha.
De fato, se na pré-história qualquer tipo de saber só podia ser transmitido oralmente, de mestre a discípulo, depois da escrita a informação se cristalizou. Uma vez redigido, o texto permanecia e poderia ser lido por quem tivesse a oportunidade e o desejasse.
Um livro era ainda uma obra quase única, e, portanto, extremamente cara. Cópias podiam ser feitas, é claro, mas este era um processo completamente manual que, dependendo da extensão do volume e das exigências caligráficas e iconográficas da época, podia levar meses senão anos.
Foi apenas cerca de 6.500 anos depois da invenção da escrita que surgiu a máquina de Gutenberg. Com a imprensa, em lugar de reproduzir um único exemplar manualmente, se o fazia, primeiro, às dezenas e, hoje, com o avanço das tecnologias, aos milhões.
E as máquinas de impressão foram as grandes responsáveis pela democratização do saber. Com livros relativamente baratos à disposição do mercado, mais e mais pessoas aprenderam a ler e passaram a estudar. O saber aos poucos ia deixando de ser monopólio dos monges e clérigos em geral.
A revolução informática tende a aprofundar essa democratização. Hoje, qualquer pessoa que disponha de um microcomputador, um conhecimento mediano da língua inglesa e um modem ligado à Internet pode consultar virtualmente todas as obras já publicadas e muitas inéditas. É como possuir as principais bibliotecas e centros de documentação do mundo em casa.
Mais, pode-se trabalhar sem sair de casa, fazer compras com um simples clic de "mouse", conversar com pessoas que atuam na mesma área de interesse mesmo que estejam a milhares de quilômetros de distância, e a baixo custo.
Tudo isso, e muitas outras aplicações que ainda não foram nem mesmo imaginadas, prometem colocar a humanidade num novo patamar de progresso científico.

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