São Paulo, sábado, 15 de abril de 1995
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AACD abre centro cirúrgico para coluna

DA REPORTAGEM LOCAL

A Hospital da AACD -Associação de Assistência à Criança Defeituosa- começa ainda neste semestre a realizar cirurgias de grande porte, como as da coluna vertebral. Em três meses serão inaugurados uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e um centro cirúrgico equipados especialmente para essas operações.
Até agora, essas cirurgias -de complexidade equivalentes a uma operação do cérebro ou do coração- eram realizadas apenas em alguns grandes hospitais gerais.
"Vamos poder nos ocupar dos pacientes na fase aguda e na sua reabilitação", diz o médico Ivan Ferraretto, 56, diretor clínico e de reabilitação da AACD. Os pacientes, na maioria, são vítimas de acidentes de carro, mergulhos em piscina ou tiros. Acabam ficando tetraplégicos ou paraplégicos.
Outro projeto do hospital para os próximos meses é uma unidade de atendimento para pessoas que tiveram derrame cerebral ou traumatismo crânio-encefálico, como ocorreu com o locutor Osmar Santos, vítima de um acidente.
O hospital é o projeto mais ousado da AACD nos seus 45 anos de existência. Foi iniciado em 1987 e as primeiras alas abertas em 1993. Já tem 54 leitos e realiza 110 cirurgias por mês. Segundo ferraretto, a intenção é chegar a 120 leitos e fazer 180 cirurgias por mês, 50 delas para pacientes que não podem pagar.
A AACD é conhecida no Brasil e em dezenas de países por seu trabalho de educação e reabilitação de crianças portadoras de defeito físico. Desde 1950, quando foi fundada, a associação tratou e acompanhou mais de 40 mil pacientes.
A AACD está preparando uma campanha publicitária para pedir às pessoas e às empresas que colaborem com a associação. A intenção é ampliar os serviços da AACD de São Paulo e fundar novas filiais pelo país. Por enquanto, só existe a unidade paulistana.
"Cada cidade de porte médio precisa ter uma Associação de Assistência à Criança Defeituosa", diz Ferraretto. Se depender do SUS -Sistema Único de Saúde- a idéia não vingará.
Segundo o diretor, o pagamento do SUS chega atrasado e não cobre a vigésima parte das despesas com diária. A campanha objetiva cobrir essa diferença. Por enquanto, para custear um paciente que não pode pagar, a AACD precisa de dois ou três que pagam ou têm convênio. A associação já trabalha com cerca de 20 convênios.
Para arcar com os US$ 600 mil mensais de despesas, a AACD conta cerca de 31,5 mil sócios e recebe doações de empresas.
Informações pelo tel. (011) 575-4466. Contribuições através do Banco Itaú, agência 0183, conta 0077-7.

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