São Paulo, sábado, 15 de abril de 1995 |
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Serviços domésticos sobem 116%
MARCOS CÉZARI
Como base de comparação, no mesmo período o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) foi de 23,14%. O IPC mede o custo de vida dos paulistanos com renda mensal entre um e 20 salários mínimos (R$ 70 a R$ 1.400). Esses gastos, ao lado das despesas com alimentação, aluguel e mensalidades escolares, são os que mais têm contribuído para pressionar o custo de vida dos paulistanos que utilizam aqueles serviços. A explicação para esse elevado aumento é simples, segundo o professor Juarez Rizzieri, coordenador do IPC da Fipe: maior demanda por serviços domésticos. Com o real, muitas famílias que não usavam esses serviços passaram a incorporá-los ao orçamento doméstico. Como a procura por empregados domésticos e faxineiras aumentou, o custo (mensal ou diário) também subiu. Rizzieri diz que com a maior demanda, as faxineiras, principalmente, passaram a cobrar mais pelos seus serviços. Para não perdê-las, as famílias acabam pagando o valor pedido. Em julho, quando foi feita a conversão para o real, os gastos com serviços domésticos subiram 14,08%. Em outubro a alta foi de 12,5% e, em dezembro, de 10,48%. No primeiro trimestre deste ano os aumentos têm sido menores (ver quadro à esquerda). Mesmo assim, em fevereiro o aumento foi de 8,89%. O aumento que os empregados domésticos terão com o reajuste do salário mínimo vai todo para o consumo, avalia Rizzieri. O dinheiro será gasto em alimentação e serviços (cabeleireiro, manicure, barbeiro etc). Parte também será destinada ao lazer e viagens, afirma Rizzieri. No geral, o dinheiro deve ser gasto com produtos e serviços de pequeno valor. Ele disse que não é possível avaliar qual será o total de dinheiro a mais que irá para o consumo. É que a maior parte dos empregados domésticos já ganha mais de R$ 100 por mês e, neste caso, o empregador não está obrigado a dar o aumento de 42,86%. O professor Rizzieri não acredita que o aumento do mínimo provoque desemprego entre os empregados domésticos que trabalham em São Paulo e em outros Estados da região Sudeste. Esse problema atinge mais os setores que pagam o salário mínimo, como a Previdência Social, construção civil, agricultura, prefeituras do interior e do Norte e Nordeste, afirma Rizzieri. LEIA MAIS sobre empregados domésticos à pág. 2-3 Próximo Texto: Reajuste deve elevar consumo de empregados Índice |
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