São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 1995
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IATA inspeciona cargas em Guarulhos

DA REPORTAGEM LOCAL

A Iata, órgão internacional que fiscaliza o transporte aéreo no mundo, fez na semana passada no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, rigoroso exame sobre a situação de recebimento e liberação de cargas internacionais.
O exame foi realizado a pedido das companhias aéreas brasileiras, preocupadas com atrasos e problemas frequentes por causa da estatal Infraero e da Receita Federal.
Elas estariam demorando até 40 dias para liberar algumas cargas.
"O relatório da Iata apontou para uma situação muito ruim", diz Haroldo Piccina, presidente da Associação Nacional dos Agentes de Cargas Aéreas.
No fim de semana prolongado, segundo Piccina, a "situação de caos" em Guarulhos piorou por causa do esquema de plantão da Receita. Segundo ele, devem ter se acumulado 1.600 lotes de carga a mais.
As empresas importadoras afirmam que estão perdendo até 10% de suas mercadorias por causa da desorganização da Infraero em Guarulhos. Muitas mercadorias acabam estragando na chuva ou não são encontradas. A Infraero sustenta que a situação está normalizada.
Os importadores pressionam a Receita neste momento para que mude um dispositivo criado no final do ano passado (a Instrução Normativa 88) que permite às empresas armazenar suas cargas em depósitos próprios -evitando assim os galpões da Infraero.
Pela instrução, os importadores podem retirar as mercadorias do aeroporto desde que elas sejam liberadas em 24 horas, o que raramente acontece. As empresas querem ampliar este prazo.
Segundo Piccina, muitas das mercadorias que ainda estão no aeroporto à espera de serem liberadas não deveriam pagar a nova alíquota de 70% imposta pelo governo no fim de março.
"As cargas chegaram antes do aumento do imposto e só não foram liberadas por problemas com a Receita ou a Infraero", diz. Segundo ele, o volume de cargas não diminuiu depois do aumento das alíquotas.

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