São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 1995
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Calote no BB pode gerar rombo para o Tesouro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dívidas não pagas ao BB (Banco do Brasil) podem provocar um rombo de R$ 4,86 bilhões nos cofres do governo. Este é o valor dos empréstimos feitos com recursos do Tesouro Nacional que não estão sendo pagos, segundo um relatório confidencial do BB.
Os principais inadimplentes (devedores em atraso) citados no relatório são do setor público. Lideram a lista dos cem maiores devedores a Siderbrás (estatal em processo de liquidação) e o DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem).
O relatório do banco, obtido pelo deputado José Fritsch (PT-SC), é de novembro de 1994. O BB se recusa a comentar a lista. Invoca o princípio do sigilo bancário. Parte dos devedores pode ter renegociado o débito.
Na semana passada, a Folha havia divulgado a lista dos cem inadimplentes que mais causam prejuízos ao BB. O jornal publicou também a relação dos cem maiores devedores em atraso, mas cujas dívidas ainda não foram lançadas como prejuízo.
O DNER confirmou que se encontra em situação de inadimplência.
A assessoria de imprensa da Petrobrás informou que a Petrobrás Comércio Internacional é citada como inadimplente desde sua extinção, no governo Fernando Collor.
A Folha tentou contato também com o departamento financeiro da Embraer, mas não obteve resposta.

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