São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 1995
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Cientistas encontram insetos em âmbar

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Arqueólogos encontraram várias centenas de insetos fossilizados em âmbar -resina vegetal fossilizada- na província espanhola de Alava. O achado pode ser o mais antigo desse tipo na Europa.
Animais como aranhas, escaravelhos, mosquitos e formigas permanecem conservados no âmbar com todas as suas cores e detalhes, podendo ser observados em três dimensões.
Os animais datam do período Cretáceo Inferior (há 100 milhões de anos).
Eles permanecem exatamente como se encontravam no momento de sua morte, quando foram capturados pela resina de uma árvore, que com o tempo se cristalizou e fossilizou.
A jazida apresenta, além dos insetos, esporos, pólen e outros restos vegetais, além de bolhas de ar.
Esse último elemento pode fornecer informações sobre características da atmosfera primitiva, como, por exemplo, o nível de CO2 existente ou a existência de erupções vulcânicas na região.
Segundo o diretor do Museu de Ciência Naturais de Vitoria (Espanha), Jesús Alonso, o âmbar descoberto na serra da Cantabria, (ao sul de Alonso) foi identificado pelo pessoal do próprio museu.
"Este material pode ser considerado, pelo sua raridade e biografia disponível sobre o tema e com o analisado até o momento, como o terceiro aglomerado de fósseis em âmbar até o momento, disse Alonso.
Eles foram auxiliados por Rafael López del Valle, um aficionado sobre o assunto.
Os técnicos do museu sabiam que, na região, existiam diversos níveis de material orgânico em âmbar, mas somente com a ajuda de del Valle puderam identificar o local exato.
Segundo Alonso, o âmbar é um método de conservação natural perfeito, podendo ser considerado um fóssil por excelência.
Há cerca de 25 aglomerados de âmbar no mundo, mas apenas este de Alava, outro do Alasca e um terceiro no Líbano possuem figuras biológicas em seu interior.
Alonso acrescentou que na Polônia também existem restos de animais conservados em âmbar, "mas são muito mais recentes.
Até agora, os especialistas já conseguiram extrair várias dezenas de exemplares de insetos fossilizados. Eles calculam que, até terem terminado o estudo, devem ter conseguido várias centenas.
Cinema
Esse tipo de "troféu arqueológico tem alcançado bons preços entre os curiosos, depois que ficou famoso ao ser apresentado no filme "Parque dos Dinossauros, de Steven Spielberg.
No história, uma empresa de engenharia genética cria uma espécie de simba-safári povoado por dinossauros verdadeiros.
Os dinossauros foram "recriados a partir do sangue retirado de mosquitos que estavam fossilizados em âmbar.
Os insetos teriam supostamente sugado o sangue dos gigantescos animais e, por isso, teriam fragmentos de seus DNAs -molécula que guarda a informação genética de um ser vivo.
Apesar de ser teoricamente concebível "construir um ser vivo a partir de seu DNA, cientistas consideram a tarefa impossível.

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