São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 1995
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Parentes e amigos fazem fila em posto de saúde

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO (MG)

em Conceição do Mato Dentro (MG)
A falta de informações ontem em Conceição do Mato Dentro aumentava ainda mais o desespero dos parentes das vítimas do acidente.
"O telefone não pára de tocar. Está todo mundo desesperado", declarou a enfermeira do posto de saúde Marília da Costa.
Em frente ao posto de saúde, formou-se uma fila de parentes e amigos das vítimas. "Estou aflita porque não tenho notícia se meu pai está vivo", afirmava Silmara da Costa, uma das pessoas da fila.
O lavrador José de Oliveira, morador em Congonhas, foi um dos primeiros parentes de vítimas a chegar em Conceição.
Ele procurava notícias da mulher, Maria Jesus. "Ela não está entre os mortos. Tenho esperança de que ainda possa estar viva."
Ele afirmou está casado há cerca de um ano "A gente é muito pobre. Estamos juntando dinheiro para construir uma casa."
O prefeito de Conceição, Breno Costa (PFL), decretou estado de luto na cidade. "Foi a maior tragédia de todos os tempos na região. A cidade jamais esquecerá."
A rádio da cidade, a emissora Bom Jesus, saiu do ar em homenagem às vítimas.
O alto-falante do salão paroquial anunciava à tarde a lista com o nome dos mortos. Também era grande a multidão em frente ao local do acidente.
Os parentes e amigos choravam e gritavam à procura de informações. "Meu sobrinho sumiu. E ninguém me dá nenhuma informação", gritava Maria Aparecida de Oliveira, 52.
Segundo o prefeito, os corpos das vítimas serão levados de avião até suas cidades.
"Antes, será celebrada uma missa na cidade, já que muitos dos mortos tinham parentes aqui em Conceição", afirmou.

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