São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 1995
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Campanha ganha dimensão inesperada

MARCELO FROMER; NANDO REIS
ESPECIAL PARA A FOLHA

É, nossa campanha acabou tomando uma dimensão inesperada, tanto que vamos estendê-la pelo 2º turno adentro.
Seu êxito parece revelar que uma grande parcela do público também divide a impressão de que o nosso campeonato carece de soluções ainda mais estapafúrdias.
Gostaríamos de agradecer a todos que enviaram suas sugestões, mesmo àqueles que não as tiveram publicadas, e dizer que levaremos ao conhecimento de "especialistas" para que sejam estudadas e analisadas.
O campeonato tende a crescer em emoção muito mais pelo inevitável da hora do que por alguma contribuição de sua formatação ou de suas novidades.
Embora exista um aparente esforço para tentarmos "modernizar" o nosso esporte, que ainda é regido por regras seculares, esbarramos no problema grave de não resolvermos dois tópicos fundamentais: a elevação da qualidade das arbitragens e o estabelecimento de um calendário racional e exequível.
Afinal de contas, não foi essa a tônica desse primeiro terço de ano?
Uma sucessão caótica e ininterrupta de jogos ponteados por arbitragens que deixaram de lado os limites mínimos e razoáveis para qualquer esporte que pretenda se levar a sério.
Mas, se estamos falando de velhos problemas que ainda não encontraram soluções eficazes e banais, podemos ressaltar com gloriosa satisfação o reaparecimento de uma velha companheira que andava sumida das bancas: a revista "Placar".
Que volta para informar e nos alegrar, trazendo um plantel de fotografias que nos fazem lembrar dos velhos fotogramas do Canal 100.
E a mesma renovada e bela revista anuncia em seu jornal sensacionalista o que tem passado a família do jogador Dener, talvez o maior jogador de futebol que já vimos atuar depois do Rei.
Na miséria, a viúva e filhos ainda esperam a indenização pela morte do craque.
Se processos como esse contassem com a mesma eficiência que a CBF teve quando foi preciso resolver o episódio alfandegário do desembarque do vôo que trazia os nossos tetracampeões, não estaríamos aqui, mais uma vez, a falar dessa velha sigla e de seus mesmos canalhas.
Mas se este sórdido país e alguns de seus péssimos elementos não têm respeito nem pela vida, o que dizer da morte.

A contribuição desta semana para as mudanças nas regras do futebol vem do interior:
"O Paulista contaria com 100 equipes. Cada uma delas jogaria sete vezes na semana. E, para o bom andamento da competição, teríamos simultaneamente num mesmo campo dois jogos com quatro equipes diferentes. Para viabilizar este plano, bastaria colocar mais dois gols em cada estádio." (Daniel Tisséo Nogueira, Lorena, SP)

Cartas podem ser enviadas para a Editoria de Esporte, al. Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01290-900).
Marcelo Fromer e Nando Reis são músicos e integrantes da banda Titãs

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