São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 1995
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Massacre mata milhares em Ruanda

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Ataque de soldados de Ruanda, da etnia tutsi, ao campo de Kibeho e o tumulto causado pela fuga desordenada dos refugiados hutus mataram milhares de pessoas, segundo a ONU. O campo de refugiados está situado no sudoeste de Ruanda (África Central).
O Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) disse a princípio ter registrado entre 5.000 e 6.000 mortos, além de milhares de feridos.
"Um dos nossos companheiros que está no acampamento disse que viu montanhas e montanhas de cadáveres", disse o porta-voz do Acnur, Ray Wilkinson.
Equipes da ONU que foram ao local viram mulheres pisoteadas, crianças arrebentadas por granadas e homens com rostos arrancados.
A Radio Ruanda informou que "alguns criminosos" se confrontaram com forças de segurança no interior do acampamento.
Autoridades de Ruanda tentam negar a culpa de seu exército e diminuir o tamanho do massacre. O presidente Pasteur Bizimungu afirma que só 300 morreram.
O enviado especial da ONU, Shaharyar Khan, disse que são até agora 5.000 mortos, mas que a contagem de cadáveres continua e que "muitos foram enterrados sem conhecimento da ONU".
O comandante das forças de paz no país, general Guy Tousignant, disse que tropas da Austrália e da Zâmbia contaram 4.050 corpos. Mais tarde, outra estimativa da missão da ONU em Ruanda falava em 2.000 mortos.
Cerca de 80 mil refugiados foram forçados a marchar na direção da cidade de Butare, segundo a organização Médicos Sem Fronteira.

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