São Paulo, sábado, 29 de abril de 1995
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Sindicalista fantasma; Almap protesta; Discurso do PT; Poder da Globo; Brasileiros no exterior; Oklahoma e pimenta; José Simão

Sindicalista fantasma
"Solicitamos correção de informações na matéria sobre sindicalismo publicada pela Folha no dia 14/4, pág. 1-12. Primeiro erro: quando o entrevistado Reginaldo Aureliano da Silva se diz filiado ao Sindicato da Indústria do Açúcar em Taquaritinga. Correção: nessa cidade não existe tal sindicato. Segundo erro: quando o sindicalista Ildecir de Oliveira diz ser vinculado ao Sindicato de Alimentação da Região de Taquaritinga. Correção: tal cidadão não faz parte do quadro de diretores desse sindicato nem sequer pertence a essa categoria de trabalhadores. O Sindicato da Alimentação de Taquaritinga não patrocinou a ida a Brasília de qualquer sindicalista ou cidadão comum."
Valdeci Aparecido Ruteski, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Taquaritinga (Taquaritinga, SP)

Resposta do jornalista Alexandre Secco - Perguntei aos entrevistados a filiação sindical e cidade de origem. Verifiquei ainda as placas dos ônibus nos quais viajaram. Se existe erro, só posso imaginar que os entrevistados não sabem a que sindicato pertencem ou que usaram de má-fé.

Almap protesta
"Esta carta é um protesto formal e veemente da empresa Almap/BBDO à empresa Folha da Manhã. Em nota veiculada no dia 28/4 na coluna Joyce Pascowitch, a colunista menciona maldosamente uma possível cisão entre dois sócios da Almap/BBDO. Entendemos o direito da livre imprensa, mas não podemos deixar de defender nosso patrimônio maldosamente atacado na nota de conteúdo mentiroso. Sabendo que os negócios da pessoa jurídica Almap/BBDO estão baseados nas suas pessoas físicas, qualquer ataque a um de nós é um ataque à empresa, seus negócios e inclusive à relação empresarial entre Almap/BBDO e Folha da Manhã. É notório o desempenho de nossa agência no mercado. É notória a reação da concorrência ao nosso trabalho. Nos surpreende, no entanto, o nível e o caminho adotado pela concorrência para atingir seus objetivos. Usar a Folha para isso nos deixa realmente assustados. A jornalista em questão poderia pelo menos, antes de publicar, dar à empresa o direito de se pronunciar a respeito. Não agindo assim, nos parece que há a intenção clara de causar uma reação e dar prosseguimento ao assunto em mais fofocas."
Alexandre Gama, Alex Periscinoto, Jose Luiz Madeira e Marcello Serpa, da Almap/BBDO Comunicações Ltda. (São Paulo, SP)

Resposta da colunista Joyce Pascowitch - As informações publicadas foram devidamente checadas.

Discurso do PT
"Está na hora de alguém avisar à CUT, PT e companhia que eles perderam as eleições. Os discursos que esse pessoal está fazendo são os mesmos que os da fase eleitoral. Faz parte da democracia, da qual a CUT se julga a única defensora, reconhecer a derrota e passar a colaborar, mesmo que criticamente, com o vencedor."
Milton Golombek (São Paulo, SP)

Poder da Globo
"O tratamento frio dado pela Folha ao risco de constituição de mais um monopólio nas mãos do dr. Roberto Marinho não pode ser encarado sem espanto. Como muito bem caracterizou o ombudsman, furtando-se do dever de analisar e comentar, a Folha prestou um serviço jornalístico pela metade, em contradição com a atitude do jornal quando o monopólio é estatal. O controle legal sobre as atividades jornalísticas em todas as verdadeiras democracias simplesmente impossibilita o domínio do mercado por um único grupo. No Brasil, o controle pode ser simplesmente pessoal. A Rede Globo, por exemplo, nem chega a ser uma sociedade anônima. Essa nota vai também para expressar a nossa apreensão quando constatamos o crescimento do espaço dado na Folha aos críticos dos monopólios e empresas estatais, sem a imparcialidade e a equidistância de outrora. Reivindicamos a abertura de espaço igual para críticos e defensores."
José Antônio Brasileiro Franco, presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás -Núcleo da Bahia (Salvador, BA)

"A engrenagem ideológica de uma emissora do porte da Rede Globo é algo que beira o imensurável. Meia hora de 'Jornal Nacional' tem controle ideológico suficiente para aulas de sociologia de um período letivo. Se pararmos para analisar programas tipo 'Você Decide', a situação complica e assusta mais ainda. É lavagem cerebral, não tem outra definição. Em uma hora de programa, o brasileiro se inclina ou declina em relação a situações socioculturais e políticas complicadas, que vão do aborto à pena de morte, da eutanásia ao suicídio. É muito mais fácil controlar um povo quando se conhece o seu pensamento."
Remy Soares dos Santos (São Paulo, SP)

Brasileiros no exterior
"Tendo lido artigo de Eunice Nunes, publicado na página 3 do caderno Cotidiano da edição de 23/4, sobre registro de filhos de brasileiros nascidos no exterior, permito-me encaminhar alguns comentários. Em primeiro lugar, o registro consular de filhos de cidadãos nacionais nascidos fora do território brasileiro continua, como era de se esperar, a ser feito em todas as unidades da nossa rede consular, bem como a expedição regular de passaportes. Após a publicação, no dia 9 de junho do ano passado, da emenda constitucional nº 3, o Itamaraty apressou-se em instruir as missões diplomáticas e consulados, através de circular telegráfica, a manter os registros de nascimento, já que o referido ato continuava, e continua, a configurar prova de filiação, para efeitos de futura opção. A circular telegráfica instruía, especificamente, a fazer constar da certidão de registro, requisito básico para expedição do devido passaporte, os termos do texto constitucional, ou seja: 'A condição de brasileiro está sujeita a confirmação através de dois eventos: residência no Brasil e opção, a qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira'. A fim de evitar inconveniências para os portadores dos documentos de viagem concedidos depois da vigência da emenda em questão, o Ministério das Relações Exteriores recomendou aos postos no exterior a inclusão nos passaportes da seguinte observação: 'Passaporte concedido nos termos do artigo 12, inciso 1, letra C da Constituição Federal'. Como se vê, em nenhum momento houve interpretação, pelas autoridades diplomáticas, de que o registro consular foi abolido, tal como consta da matéria. Pelo contrário, procurou-se, após a emenda constitucional, resguardar a situação do filho de brasileiro nascido no exterior."
Affonso de Alencastro Massot, chefe do Departamento Consular e Jurídico do Ministério das Relações Exteriores (Brasília, DF)

Oklahoma e pimenta
"Como é que um jornal como a Folha, respeitado internacionalmente, pode num dia mostrar com destaque a triste foto de uma agonizante criança, vítima do atentado de Okllahoma City, e no dia seguinte publicar a maliciosa e malcriada coluna 'Pimenta nos olhos faz subir audiência', de Barbara Gancia? Injustificável e de terrível mau gosto a publicação desse material banal".
David E. Ivy, presidente-associado das Câmaras de Comércio da América Latina (São Paulo, SP)

José Simão
"José Simão é leitura obrigatória: crítico, inteligente, perspicaz e divertido. Para os leitores que não o apreciam, vai uma sugestão: pulem a seção dele. E para a direção da Folha , um pedido: não deixem de pubicá-la".
Simon Widman (São Paulo, SP)

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