São Paulo, segunda-feira, 1 de maio de 1995
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Trólebus pode 'aposentar' ônibus

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da São Paulo Transporte S/A, Francisco Christovam, quer substituir a frota de ônibus a diesel por trólebus.
O diesel, de acordo com os técnicos, é mais poluente do que a gasolina, o álcool e o gás.
A medida, portanto, teria mais impacto ambiental do que na performance das empresas que operam no sistema de transportes.
O diesel é responsável por 26,8% do monóxido de carbono no ar que se respira em São Paulo.
O monóxido de carbono (CO) pode causar uma série de danos à saúde, como agravamento de doenças em pessoas anêmicas ou portadoras de doenças cardíacas.
Segundo Christovam, várias companhias no Brasil detêm a tecnologia para a fabricação de motores elétricos.
Segundo ele, os empresários não se interessam pelos trólebus porque a Eletropaulo cobra três vezes mais do que se cobra internacionalmente para fazer a manutenção da rede elétrica.
A participação dos trólebus no total da frota de ônibus de São Paulo atualmente é inferior a 4%.
Os ônibus movidos a diesel representam cerca de 95% da frota. Os ônibus a gás têm uma participação ínfima no total da frota.
Essa relação vem se mantendo há pelo menos quatro anos. Em 1991, São Paulo tinha 7.294 ônibus a diesel e 322 trólebus.
Gabriel Murgel Branco, da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), defende justamente a expansão da frota de ônibus a gás.
Branco disse que não consegue entender por que a Mercedez-Bens do Brasil, que exporta ônibus a gás para a Europa, não coloca produtos com a mesma qualidade no mercado brasileiro.
A Cetesb e o Transurb (sindicato das empresas de ônibus) assinaram um convênio com o objetivo de reduzir a emissão de fumaça preta na cidade.

Empresas
Ricardo Simões de Abreu, responsável pelo desenvolvimento de tecnologias alternativas na Mercedez-Bens, disse que as críticas contra a empresa não procedem.
Ele afirmou que os motores a gás usados no Brasil foram projetados antes de 92. Para a Alemanha, a empresa exporta motores mais modernos.
``Nós temos o produto e queremos colocá-lo no Brasil", disse Abreu. Segundo ele, a venda de ônibus a gás não se expande por problemas do mercado.
Eduardo José Pereira Coelho, diretor de Distribuição da Eletropaulo, disse que a taxa que a empresa cobra para fazer a manutenção da rede de alimentação dos trólebus está ``contratado" com a São Paulo Transporte S/A.
Ele disse ainda que a Eletropaulo cobra menos do que custa, em termos reais, fazer a manutenção da rede. ``Se ele (Christovam) quiser assumir a manutenção, a Eletropaulo abre mão disso", disse Coelho.

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