São Paulo, terça-feira, 2 de maio de 1995 |
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Fã passa noite junto a jazigo
RODRIGO BERTOLOTTO
A maratona de mais de 31 horas incluiu o pernoite no lar dos mortos. Segundo ele, foi rezar durante a noite junto ao jazigo e sentiu a presença do piloto enquanto orava. ``Senna pediu para que não o abandonássemos, e eu estou fazendo o que ele quis", disse o professor de história de Porto Alegre. Alves teve a permissão dos funcionários do cemitério do Morumby para permanecer ali -ele já foi lá 30 vezes. ``Venho aqui uma, duas ou três vezes ao mês", disse Alves. ``Nesses dois dias, praticamente não dormi. Queria ser o primeiro a prestar homenagem no aniversário da morte dele e consegui." Vestido com boné, camiseta e broches do piloto, o fã exibia para os visitantes seu álbum de fotos do piloto. Na outra mão, portava a Bíblia, lendo os trechos que Senna mais gostava. ``O Ayrton lia muito os salmos 31 e 81 e também Isaías, versículos 40 e 41", afirmou o admirador. Sobre a união entre o piloto e a religião, Alves disse que, se Deus é rei, Ayrton Senna é príncipe. ``Acredito que existe uma força espiritual muito forte que ele tinha e continua tendo." Alves ficou chateado que houvesse um equipamento de som tocando o tema de vitória do piloto. ``Isso aumenta ainda mais minha dor. Não é justo." O fã destoava da maioria feminina que foi ao local, ontem. Adolescentes e senhoras chorosas fizeram fila para rezar junto ao jazigo e passar a mão na placa de bronze com o nome e as datas de nascimento e morte do piloto. (RB) Texto Anterior: F-1 despreza homenagem a Senna Próximo Texto: Japonês usa milho em culto Índice |
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