São Paulo, terça-feira, 2 de maio de 1995
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Corinthians terá uma semana difícil

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, mal refeito do massacre do domingo no Crepúsculo de Cubatão, o Corinthians joga todas as suas fichas amanhã contra o Paraná Clube para continuar na Copa Brasil.
Trata-se de uma semana difícil para o alvinegro que está naquela base do chove-não-molha e pega o São Paulo, navegando com o vento a favor, no domingo, pelo Campeonato Paulista.

É difícil entender o que se passa pelos lados do Parque São Jorge. O elenco deve ser o melhor desde a geração Sócrates-Palhinha-Casagrande-Zenon.
Mas, enquanto aqueles ganhavam tudo, o atual repertório de grande jogadores do Corinthians faz uma campanha cicatrizada pelas incertezas.
A primeira explicação é que o excesso de cartões (vermelhos e amarelos, a palheta é completa) tem atrapalhado a continuidade da equipe em campo, e, portanto, prejudicado o conjunto do time.
Em parte, isto é verdade. Mas só em parte. Falta também, ao Corinthians, um melhor posicionamento em campo, e isto é responsabilidade do treinador.
Mesmo quando dispõe do elenco completo, Eduardo Amorim, às vezes, arma formações inadequadas. Insistir em três volantes neste time, por exemplo, tem sido um erro frequente.
Insisto que o esquema de três volantes é um dos mais difíceis no futebol. Ou há um profundo entrosamento, ou fica uma redundância de desarmadores tentando suprir a carência de armadores.
Acho que o Bernardo não se encontrou até agora. Bernardo mais Ezequiel é limitar demais as alternativas de jogo. Bernardo, Ezequiel e Marcelo Souza é não querer perder -sem querer ganhar.
Um certo conservadorismo insiste no Henrique, no Bernardo, no Ezequiel.
Pois, cá com o meu jogo de botões, considero que, se, desde o início da temporada, o Corinthians optasse por um time, poderia ter passado por tropeços, mas estaria com perspectivas melhores.
O time seria este: Ronaldo; Vítor, Célio Silva, André Santos e Silvinho; Marcelo Souza, Zé Elias e Souza; Marcelinho, Viola e Marques.
Houvera esta formação jogado um mês junto e a vida alvinegra seria outra, neste belo maio que se inicia.

Pelo jeito da coisa, Santos e Portuguesa não serão blefes no octogonal.
E o Guarani começou a gostar de ganhar, de ganhar, de ganhar.

...e o América do Zé Trajano que despachou o Botafogo do Túlio Bem, ein?

Muita gente boa em São Paulo criticou o deslocamento do Renato do Fluminense para o Palmeiras. Mais do que argumentos, foram os preconceitos que deram a tônica dessas críticas.
Esta coluna pensava (como demonstrou) e continua pensando de outra maneira. Mas, mais do que foi dito aqui, a performance do Renato no domingo contra o Flamengo é o melhor argumento.
O único inconveniente é que a contratação do Renato poderá sair tarde demais.

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