São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 1995 |
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Governo vai gastar até R$ 4 mi com campanha publicitária pró-reforma
EMANUEL NERI
O Palácio do Planalto também pensa em usar o marketing eletrônico para outros projetos de mudanças constitucionais. O tratamento publicitário a essas questões ainda está em discussão. A campanha da Previdência custará aos cofres públicos de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões. Foi feita pela Master de Comunicação e Marketing, de Curitiba (PR). A Master tem a conta do Ministério da Previdência desde junho do ano passado. Segundo Ernani Buchmann, diretor da empresa, a campanha deverá ir ao ar entre o final de maio e início de junho. Buchmann disse que os filmes da campanha ainda não foram feitos. Mas os roteiros já estão concluídos. Didática, a publicidade quer convencer a população de que se beneficiará com a reforma. O eixo principal da campanha é uma frase do ministro Reinhold Stephanes (Previdência) -``a Previdência precisa mudar para tornar os brasileiros menos desiguais". A campanha vai dizer que a reforma da Constituição não vai alterar os direitos adquiridos de quem já está pagando a Previdência. Atacará as aposentadorias especiais -com menos tempo de serviço. Segundo Buchmann, um ``balizador" da campanha é a última fala de FHC na TV. O presidente afirmou ser injusto a maioria dos aposentados ganhar um salário mínimo, enquanto há aposentadorias de R$ 15 mil a R$ 20 mil. A Master atende a outras contas publicitárias do governo. É de sua autoria a atual campanha institucional do Banco do Brasil -``O Brasil está mudando". Fez também a campanha de Aids do Ministério da Saúde. A segunda campanha publicitária a favor das reformas foi encomendada aos publicitários Geraldo Walter e Nizan Guanaes, da DM-9 Institucional. Ambos trabalharam na campanha eleitoral de FHC. A Folha apurou que a campanha foi encomendada há mais de dois meses pelo ministro das Comunicações, Sérgio Motta. Na época, Motta também era secretário-geral do PSDB. A campanha ainda está na fase de esboço. Há dúvidas sobre quem vai financiá-la (o governo, o PSDB ou a frente de partidos que apóiam as reformas). Walter negou que esteja fazendo essa campanha. Mas confirma que ele e Nizan se reuniram, no início do ano, para elaborar uma campanha pró-reformas. A campanha, segundo ele, teria como objetivo mostrar didaticamente como seriam as reformas. ``Mas essa campanha nunca andou", afirmou. ``Se há uma nova campanha, estão me traindo". Texto Anterior: FHC nega alteração de direitos trabalhistas Próximo Texto: Rádios resistem a 'Palavra do Presidente' Índice |
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