São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 1995
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Rádios resistem a 'Palavra do Presidente'

DA SUCURSAL DO RIO; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique, que ontem falou no rádio
A equipe de comunicação de Fernando Henrique Cardoso vai precisar fazer um ``esforço" para convencer algumas das principais emissoras de rádio do país para transmitir o programa ``Palavra de Presidente".
A transmissão do programa, que foi ao ar ontem pela primeira vez, é facultativa. O ``Palavra do Presidente" será gerado pela Radiobrás para as emissoras todas as terças-feiras, de 0h às 18h.
Segundo alguns dos coordenadores de programação dessas empresas ouvidos pela Folha, os pronunciamentos radiofônicos de FHC vão ter de demonstrar ``interesse jornalístico" para assegurar sua transmissão.
Ontem, a CBN (Central Brasileira de Notícias) levou o programa integralmente ao ar às 6h30, ``para mostrar o formato aos ouvintes", segundo a coordenadora de jornalismo, Helenise Brant.
Os próximos deverão ter apenas trechos divulgados. A restrição vale para a emissora em todo o país. ``Vamos ouvir primeiro e dar um tratamento jornalístico, editando os trechos interessantes. Se não houver nenhum, não transmitiremos nada", disse Brant.
A Rádio Bandeirantes, de São Paulo, transmitiu o ``Palavra do Presidente" já na madrugada de ontem e reprisou-o nos noticiários.
``Havia interesse jornalístico pela estréia", justificou Nivaldo Nocelli, editor-chefe de jornalismo da rádio. Segundo ele, a emissora vai avaliar se os assuntos abordados pelo presidente tem relevância para serem transmitidos. ``Se só for abobrinha, não entra".
No programa de ontem, FHC pediu aos ouvintes que mandem cartas a ele sobre problemas e projetos sociais. Sua fala durou três minutos e 15 segundos (leia abaixo a íntegra da fala presidencial).
``Eu quero conhecer os seus problemas, saber dos projetos sociais que dão certo na sua cidade e que podem servir de exemplo para o resto do país, e saber dos projetos ... que não estão funcionando. Enfim, podemos conversar, também, através de cartas".
O programa estreou numa semana decisiva nas discussões do Congresso sobre as emendas constitucionais propostas pelo governo. FHC disse que o Congresso ``está colaborando" e que aposta na aprovação das reformas.
Algumas das principais rádios de Brasília não sabiam da existência do programa quando receberam ontem os sinais da primeira gravação enviados pela Radiobrás.
Os técnicos da Planalto, por exemplo, recordista em audiência, colocaram o programa no ar às 6h50 apenas porque perceberam ser uma mensagem do presidente.
FHC disse, através do porta-voz Sérgio Amaral, que 70% das emissoras transmitiram o primeiro ``Palavra do Presidente". Segundo Amaral, FHC ficou ``satisfeito" com este resultado.

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