São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 1995
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Rússia deve apoiar o embargo ao Irã

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente da Rússia, Boris Ieltsin, pode anunciar ao seu colega norte-americano, Bill Clinton, na semana que vem em Moscou, o cancelamento de um dos dois negócios que tem com o Irã na área nuclear.
Esta é a melhor reação até agora obtida por Clinton à sua proposta de boicote comercial contra o Irã em protesto contra o suposto apoio daquele país ao terrorismo internacional e contra o programa nuclear iraniano.
O que a Rússia pode rever é a venda ao Irã de equipamento de gás centrífugo, que, segundo autoridades norte-americanas, seria usado num projeto iraniano de construção de armas nucleares.
Clinton estará em Moscou para a festa de comemoração pelos 50 anos do final da Segunda Guerra Mundial na Europa.
Mas a Rússia reiterou que não vai cancelar a venda ao Irã de dois reatores nucleares no valor de US$ 1 bilhão.
O secretário de Estado norte-americano, Warren Christopher, se reuniu três vezes na semana passada com o chanceler russo, Andrei Kozirev, para tentar convencê-lo a desistir do negócio, mas não teve sucesso.
Clinton se referiu às duas transações entre Rússia e Irã como "profundamente perturbadoras.
Alemanha, França, Reino Unido e a União Européia já avisaram a Casa Branca, sede do governo dos EUA, de que não pretendem aderir ao boicote.
O Japão diz que pode reexaminar empréstimo de US$ 542 milhões ao Irã já aprovado pelo seu governo.
Os Estados Unidos também pressionam a China para que cancele negócios pendentes com o Irã.
No Departamento de Estado, responsável pela política internacional dos EUA, diz-se que vários países do Oriente Médio vão apoiar Clinton.
O porta-voz do Departamento, Nicholas Burns, disse ontem que ``ninguém esperava uma aprovação imediata e unânime" à idéia do boicote.
(CELS)

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